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Navegue com Chico Buarque

Notas ntimas, cartas, letras manuscritas, udio de msicas e telegramas de amigos clebres esto reunidos no raro e amplo acervo do cantor e compositor que j pode ser acessado na internet

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Natália Rangel_247 - O Instituto Antonio Carlos Jobim digitalizou todo o acervo pessoal e profissional do cantor e compositor Chico Buarque e o disponibilizou em seu site www.jobim.org. Trata-se de um precioso acervo de textos, músicas, fotos, letras manuscritas, telegramas, cartões postais, documentos e cartas de amigos, além de toda a discografia e áudios em streaming. A obra digitalizada está sendo lançada oficialmente na rede nesta sexta-feira 17 com 1.044 imagens, 7.916 letras e partituras e 26.152 textos, entre cadernos, documentos pessoais, reportagens de imprensa, roteiros para cinema e teatro, correspondências. A seção de áudios e vídeos oferece 600 arquivos que incluem toda a discografia de Chico, com cada uma de suas canções. O projeto custou R$ 200 mil, foi bancado pela Vale do Rio Doce com uso da Lei Rouanet e apresenta um panorama da vida e da obra do artista mais completo e rico do que o próprio site oficial do músico.

As letras rabiscadas em guardanapos ou folhas de sulfite avulsas foram escaneadas para o site, entre as músicas registradas, estão a íntegra da música “Vai trabalhar, vagabundo”, escrita com uso alternado de lápis e caneta, e definição dos refrões. Há também uma longa versão datilografada de “Palavra de mulher” (ele só gravou essa canção no disco “Chico Buarque Ao Vivo - Paris/Le Zennith”, em 1990), com diversas correções anotadas com caneta esferográfica e todas as informações pertinentes à canção: quando foi gravada, em que disco se encontra, que outros artistas a interpretaram. Na seção de correspondência pode-se ler um telegrama de Tom Jobim para Chico Buarque: “Venha urgente...presença imprescindível. Preciso de você”.

Era 1968 e Chico se inscrevera no III Festival Internacional da Canção (FIC), que se realizava anualmente desde 1966. A música inscrita era “Sabiá”, de autoria dele e Jobim, mas a preferida do público foi “Pra não dizer que não falei de flores”, de Geraldo Vandré. “Sabiá”, no entanto, venceu a eliminatória nacional sob as vaias do público do maracanãzinho. E Tom Jobim teve de enfrentar a fúria da platéia sozinho porque Chico Buarque estava na Europa. Foi quando lhe enviou o telegrama pedindo que ele voltasse para enfrentarem juntos a última etapa da competição. E Chico voltou no dia em que a canção foi eleita a vencedora da fase internacional do concurso. Entre as curiosidades do acervo, está um recibo do compositor concedido pelo sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de São Bernardo do Campo e Diadema em 10 de abril de 1980.

O compositor doou ao sindicato a importância de cem mil cruzeiros, referente ao fundo de greve dos funcionários durante as grandes paralizações do ABC, lideradas pelo ex-presidente, então metalúrgico e líder sindical, Luis Inácio Lula da Silva. Chico Buarque é o mais novo homenagedo pelo instituto que já criou e digitalizou acervos de Tom Jobim, Dorival Caymmi e Lucio Costa. O mesmo projeto está em andamento com a obra de Gilberto Gil e começará em breve com a de Milton Nascimento. Além do lançamento do acervo on-line, acontece amanhã a abertura de uma exposição com parte do material no Espaço Tom Jobim (r. Jardim Botânico, 1.008, Rio). A mostra, gratuita, fica em cartaz por três meses, de terça a domingo, das 10h às 18h.

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