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      'O Agente Secreto', de Kleber Mendonça Filho, é selecionado para disputar a Palma de Ouro em Cannes

      Thriller com Wagner Moura se passa durante a ditadura militar e marca o retorno do diretor à principal mostra do festival francês

      Com O agente secreto, Kleber Mendonça Filho reafirma seu compromisso com obras que combinam crítica social (Foto: Divulgação)
      Laís Gouveia avatar
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      247 - O cinema brasileiro volta a brilhar no cenário internacional com a seleção de O agente secreto, novo longa-metragem de Kleber Mendonça Filho, para a competição oficial do Festival de Cannes 2025. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (10) por Thierry Frémaux, diretor geral do evento, segundo a agência France Presse.

      Ambientado em 1977, em plena ditadura militar, o filme é um thriller político estrelado por Wagner Moura e promete revisitar, sob uma ótica crítica e cinematograficamente intensa, um dos períodos mais obscuros da história recente do Brasil. A produção disputará a cobiçada Palma de Ouro, principal prêmio do festival francês, que neste ano também homenageará o Brasil como país convidado de honra no Mercado de Filmes, evento paralelo à mostra competitiva.

      Kleber Mendonça Filho é um nome já consolidado no circuito de Cannes. O cineasta pernambucano foi aclamado por Aquarius (2016) e vencedor do Prêmio do Júri com Bacurau (2019). Mais recentemente, apresentou no festival o documentário Retratos fantasmas (2023), reafirmando sua presença constante e relevante no evento.

      Durante a apresentação dos filmes que integram a seleção oficial, Frémaux fez questão de mencionar o cineasta brasileiro Walter Salles como alguém que o ajudou a descobrir o talento de Mendonça Filho: “Foi Salles quem me falou há alguns anos sobre seu compatriota Mendonça Filho”, afirmou o diretor do festival.

      O contexto político do novo longa guarda semelhanças com o também premiado Ainda estou aqui, de Walter Salles, que neste ano levou o Oscar de Melhor Filme Internacional. Ambos dialogam com a memória e as cicatrizes da ditadura militar no Brasil, revelando uma tendência do cinema nacional em revisitar esse passado com vigor narrativo e potência artística.

      Com O agente secreto, Kleber Mendonça Filho reafirma seu compromisso com obras que combinam crítica social, experimentação formal e forte identidade brasileira — qualidades que têm cativado tanto o público quanto a crítica internacional. A expectativa agora é pela estreia oficial do filme na Croisette e, quem sabe, pela consagração definitiva com a Palma de Ouro.

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