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      O Grito! de Krajcberg

      Perto de completar 90 anos, o artista e ativista ambiental exibe em Salvador a mais representativa mostra de toda a sua carreira

      Natalia Rangel avatar
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      O artista polonês naturalizado brasileiro Frans Krajcberg completa 90 anos na próxima terça-feira 12 e comemora com a chegada da exposição Grito! Ano Mundial da Árvore à terra que ele escolheu para viver no Brasil: a Bahia. A mostra é a mais representativa de sua carreira e é uma retrospectiva dos últimos 50 anos de trabalho. Reúne 13 esculturas, 8 relevos e 16 fotografias – todas as obras têm como base árvores consumidas pelo fogo. Para marcar o início da mostra, Krajcberg plantou uma muda de pau-brasil no terreno do Palacete das Artes Rodin Bahia, que abriga a exibição, em Salvador.

      A obra “Flor do Mangue”, uma de suas esculturas mais conhecidas, de 1965, recebe os visitantes, ainda do lado de fora da Sala Contemporânea do palacete, onde a mostra será realizada até 5 de junho. Com cinco metros de altura e diâmetro de entre oito e doze metros, a Flor do Mangue foi feita um ano depois de o artista começar a usar restos de árvores em suas obras. É a primeira de uma série. E ajudou a definir seu estilo e os rumos de sua produção até hoje. Artista e ativista ambiental, Krajcberg já ouve com dificuldade, move-se e fala vagarosamente. Não perde, porém, o raciocínio rápido nos ataques contra o que considera errado no planeta. Seus alvos são a própria sociedade, os chamados formadores de opinião e, até, seus colegas. “Ninguém fala nada sobre a destruição da natureza - e dos povos da natureza - porque ninguém conhece essa realidade nem quer conhecer”, diz.

      É com essa preocupação que Krajcberg montou, ao longo de quase cinco décadas, seu trabalho. São esculturas, fotografias, pinturas, gravuras e filmes que usam a natureza morta de troncos e raízes queimados em áreas de devastação da Amazônia e do Pantanal para, em imagens de muita força, tentar despertar uma nova relação do espectador com o tema preservação ambiental. No momento, está em construção o Museu Ecológico Frans Krajcberg, um projeto de cinco pavilhões para mostrar a sua trajetória. Assim, o artista ganhará mais um espaço para exercer sua crítica em forma de arte. Além da exposição, a semana também marca a estreia do documentário “O Grito Krajcberg”, produção da jornalista baiana Renata Rocha, de 29 anos. O filme baseia-se em três anos de acompanhamento dos trabalhos do artista e de entrevistas com ele e alguns amigos, como a atriz Christiane Torloni e o artista plástico baiano Emanoel Araújo. A narração é feita pela cantora Maria Bethânia

       

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