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Cultura

Ruínas de Berlim

Galeria revela imagens raras da capital da Alemanha no fim da Segunda Guerra Mundial, capturadas por um alemo com ajuda de um americano

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247, com informações de El País – Em 1945, o fotógrafo alemão Hein Gorny (1904-1967) embarcou com o seu colega americano Adolph C. Byers (1913-1974), que vivia em Berlim, em um projeto impensável e um tanto quanto sinistro para época. Juntos, eles documentaram a destruição da capital alemã, com imagens aéreas, capturadas em três viagens que fizeram sobrevoando a cidade. A intenção dos fotógrafos era publicar um livro de imagens, mas o projeto não vingou por conta da dificuldade de encontrar uma editora na Alemanha depois da guerra e o dramático estado de saúde de Gorny. Mais de seis décadas depois, essas imagens trágicas e impressionantes vão chegar ao grande público, graças ao trabalho de resgate da galeria Regard, em Berlim, que abriu neste fim de semana uma exposição com as fotos originais da dupla e lança a publicação do tão sonhado livro.

As imagens são de propriedade do colecionador Marc Barbey, um francês residente em Berlim, que entrou em contato com a obra do fotógrafo alemão pela primeira vez há cerca três anos e ficou intrigado com este expoente do "novo objetivismo alemão”. “No curso da pesquisa, soube que, em 1972, a exposição inaugural de uma das primeiras galerias de fotografia da Europa – a alemã Spectrum – foi inteiramente dedicada a este artista", disse. “Comecei a ir mais fundo e descobri um catálogo associado a Gorny, repleto de imagens de Berlim devastada”, acrescenta. Barbey resolveu viajar até a cidade de Lüneburg, na Alemanha. “Um simples olhar me convenceu a comprar esta coleção”, diz ele, “era a única maneira de impedir que as imagens continuassem a ser vendidas separadamente.”

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A coleção compreende 18 originais impressos que retratam a visão aérea da devastação da cidade, desde o Portão de Brandenburgo, o Parlamento (Reichstag) e a Igreja Memorial Kaiser Wilhelm (Gedächtnis Kirche). As imagens mostram uma terra fantasma, que há apenas alguns anos antes tinha sido o coração de uma das metrópoles mais modernas do mundo, a Potsdamer Platz. “Fazendo uma breve análise podemos constatar que as fotos foram tiradas em três viagens”, disse Antonio Panetta, curador da exposição. “Gorny foi acompanhado por Byers, um fotógrafo americano que trabalhava em Berlim para o exército e que possivelmente foi quem facilitou as viagens aéreas”.

“Há imagens aéreas da destruição de Berlim, mas em nenhuma nota-se valor ou intenção artística”, disse Panetta, “por razões de coerência, e da sua intenção, esta é uma obra única”. Segundo o curador, muitos fotógrafos documentaram a destruição de Berlim, mas ninguém na época conseguiu uma publicação completa. “Por causa da guerra, era impossível para a maioria deles encontrar uma editora para as fotos”. No caso de Gorny, a situação era ainda mais difícil, porque "sabemos que desde meados dos anos 40 ele estava gravemente doente, e passou a última década de sua vida em condições dramáticas”.

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A galeria Regard, situada em Steinstrasse, no bairro de Mitte, fez uma compilação de 74 imagens originais do fotógrafo alemão. Quase todas documentam a destruição de Berlim, não só do alto, mas também em solo. “Essas imagens, com o seu uso incomum de sombras, testemunharam um novo olhar, depois do choque da Segunda Guerra Mundial”. Trata-se do último projeto do artista alemão.

“Hoje, essas imagens têm um enorme valor histórico. Berlim ressurgiu das ruínas. Se olharmos as fotos, temos que reconhecer que foi quase um milagre. Berlim não apenas foi totalmente restaurada, como tornou-se um dos lugares mais interessantes da Europa e do mundo”, declarou o colecionador francês. Acompanha a exposição a publicação do catálogo Hommage à Berlim, que chega ao mercado 65 anos depois, e segue a proposta original dos dois fotógrafos. “A mostra e a publicação foram concebidas como um tributo ao que Berlim representa hoje”, disse Barbey.

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