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Safatle: o que temos é 'um golpe e nada mais'

"A crer no andar atual da carruagem, teremos um golpe de Estado travestido de impeachment já no próximo mês. O vice-presidente conspirador já discute abertamente a nova composição de seu gabinete de 'união nacional' com velhos candidatos a presidente sempre derrotados. Um ar de alfazema de República Velha paira no ar", diz Vladimir Safatle, professor de filosofia da Universidade de São Paulo; ele alerta ainda para o caráter surreal de um golpe conduzido por delinquentes contra uma presidente acusada de pedaladas fiscais

"A crer no andar atual da carruagem, teremos um golpe de Estado travestido de impeachment já no próximo mês. O vice-presidente conspirador já discute abertamente a nova composição de seu gabinete de 'união nacional' com velhos candidatos a presidente sempre derrotados. Um ar de alfazema de República Velha paira no ar", diz Vladimir Safatle, professor de filosofia da Universidade de São Paulo; ele alerta ainda para o caráter surreal de um golpe conduzido por delinquentes contra uma presidente acusada de pedaladas fiscais (Foto: Leonardo Attuch)
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247 – "A crer no andar atual da carruagem, teremos um golpe de Estado travestido de impeachment já no próximo mês. O vice-presidente conspirador já discute abertamente a nova composição de seu gabinete de 'união nacional' com velhos candidatos a presidente sempre derrotados. Um ar de alfazema de República Velha paira no ar", diz Vladimir Safatle, professor de filosofia da USP, em artigo publicado neste fim de semana (leia aqui).

Ele aponta o caráter surreal e hipócrita do processo. "O presidente da Câmara, homem ilibado que o procurador-geral da República definiu singelamente como 'delinquente', apressa-se em criar uma comissão de impeachment com mais da metade de deputados indiciados a fim de afastar uma presidenta acusada de 'pedaladas fiscais' em um país no qual o orçamento é uma mera carta de intenções assumida por todos", diz ele. "Se valesse realmente este princípio, não sobrava de pé um representante dos poderes executivos."

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Safatle defende outra saída para a crise. "Por exemplo, a melhor maneira de Dilma paralisar seu impeachment é convocando um plebiscito para saber se a população quer que ela e este Congresso Nacional (pois ele é parte orgânica de todo o problema) continuem. Fazer um plebiscito apenas sobre a presidência seria jogar o país nas mãos de um Congresso gangsterizado", afirma. "Em situações de crise, o poder instituinte deve ser convocado como única condição possível para reabrir as possibilidades políticas. Seria a melhor maneira de começar uma instauração democrática no país. Mas, a olhar as pesquisas de intenção de voto para presidente, tudo o que a oposição golpista teme atualmente é uma eleição, já que seus candidatos estão simplesmente em queda livre. Daí a reinvenção do impeachment."

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