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Cultura

Santa Casa e Museu de Arte da Bahia disputam painéis

Guerra Santa por painis de arte sacra coloca em trincheiras opostas Museu de Arte da Bahia e Santa Casa de Misericrdia. Na mstica Bahia, j h quem apele para os santos e os orixs para resolver a pendenga

Santa Casa e Museu de Arte da Bahia disputam painéis (Foto: DIVULGAÇÃO)
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Por Elieser Cesar_Bahia 247 - Quatro décadas depois de uma guerra santa que envolveu os estados da Bahia e de Pernambuco, na disputa pela posse do acervo do advogado, paisagista, poeta e pintor Abelardo Rodrigues – um dos maiores colecionadores de arte sacra do país –, um novo conflito por peças religiosas divide a terra do candomblé, do sincretismo religioso e de todos os santos. Desta vez, a queda-de-braço sacro-profana se dá pela posse de sete painéis do Século XVIII que retratam a Procissão do Fogaréu, tradicional ritual da Semana Santa.

De grande valor histórico e cultural, os sete painéis bifases (frente e verso) no total de 14 telas, representam a paixão e morte de Jesus Cristo no Monte das Oliveiras. Encomendadas ao pintor José Joaquim da Rocha, em 1786, pela Santa Casa de Misericórdia, os painéis, em óleo sobre tela, foram emprestados, em 1934, ao Museu de Arte da Bahia (MAB), em regime de comodato (com prazo para devolução). Depois de 77 anos e sem nenhuma misericórdia para com a instituição que cuidou bem das peças por quase oito décadas, a Santa casa cobra a devolução dos painéis.

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A direção do MAB bate pé e diz que não vai devolver coisa nenhuma, nem que fosse a imagem do Satanás, imaginem valiosas peças sacras. Em sua defesa alega usucapião, já que a Santa casa de Misericórdia nada fez para recuperar as obras, após o prazo do empréstimo por comodato. Enfática, a museóloga Sylvia Athayde, que dirige o MAB há 21 anos, assegura que as peças foram tombadas e que, agora, pertencem ao Governo da Bahia. "Quem duvida, é só consultar o protocolo 34.241.1/7, registrado nas folhas 93 e 94 no Livro de Tombo do Museu de Arte", desafia.

Inconformado, o provedor da Santa casa de Misericórdia, João Antônio Rodrigues Alves, ingressou com uma ação na Justiça requerendo a devolução dos painéis sacros. Na Bahia mística, do candomblé e do sincretismo religioso, só mesmo uma assembleia de todos os santos e um congresso de todos os orixás para resolver a pendenga sacra.

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São Malvadeza contra o capeta pernambucano

Após a morte de Abelardo Rodrigues, aos 63 anos, em 1971, uma disputa envolveu os estado da Bahia e de Pernambuco, pela posse do precioso acervo do colecionador – oratórios, crucifixos, santos de roca, imagens do menino Jesus e da Madona, dentre outras peças. Apelidada de "Guerra Santa", pela imprensa, a contenda terminou no Supremo Tribunal Federal (STF), que deu ganho de causa à Bahia, por interferência do então governador Antônio Carlos Magalhães, ele também um admirador de peças sacras.

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O acervo do artista pernambucano foi instalado no Museu Abelardo Rodrigues. Fundado há 25 anos, no Solar do Ferrão, um imóvel de grande valor histórico e arquitetônico localizado no Pelourinho, no centro Histórico de Salvador. Sobre Abelardo Rodrigues conta lenda que ele tinha um olho clínico e um faro de perdigueiro celestial para as obras raras. Tanto que, durante um viagem pelo sertão pernambucano, se deparou com uma procissão e não regateou em trocar uma imagem pelo Jippe em que viajava.

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