Segunda edição do Festival do Livro no Rio promove literatura para pensar o Brasil

247 - O Festival do Livro do Rio de Janeiro – FLIV-Rio está de volta promovendo reflexão e debate qualificado por meio da literatura. A segunda edição reforça a proposta de pensar o Brasil a partir de um olhar progressista e de resistência aos retrocessos. A programação inclui temas como os desafios para a esquerda diante das ameaças à democracia; o enfrentamento ao bolsonarismo que resiste apesar da derrota nas urnas; a luta contra a desigualdade; os novos desafios para o mundo do trabalho; e o controle das plataformas digitais.

Cesar Calejon, escritor que se tornou o queridinho da esquerda, lançará Esfarrapados, no Festival do Livro (FLIV-Rio), dia 7/10, às 14h. A pré-venda chamou atenção porque em menos de 24 horas, o livro ficou entre os mais vendidos da categoria na Amazon. 

No lançamento terá debate sobre como o elitismo histórico-cultural moldou as desigualdades no Brasil, ao lado do juiz Rubens Casara e da deputada estadual Verônica Lima. O escritor pretende abordar assuntos atuais, como o privilégio de classe, que envolveu o “punhetaço coletivo” durante o jogo de Vôlei, por alunos de medicina da UNISA.

Já o jornalista Franklin Martins fará uma palestra dia 6/10, para debater quem descobriu o Brasil. No mesmo dia, outro debate que promete ser bastante animado é sobre os 80 anos de CLT. A estratégia patronal de desmontar a legislação trabalhista teve um ponto alto na reforma de 2017. Há esperança de reversão?  

João Cezar de Castro Rocha e Fernando Drumond prometem um debate profundo sobre o enfrentamento à extrema direita na mesa programada para o sábado, dia 7/10, às 16h.

A segunda edição do evento também terá como destaque a parte cultural.  Nos dias 5, 6 e 7 de outubro, cariocas e visitantes terão a oportunidade de aproveitar gratuitamente uma programação diversa com música, teatro, comida de boteco e cerveja gelada. 

O Festival destaca a produção literária, política e cultural, priorizando a chamada literatura de resistência, promovendo títulos e autores que se coloquem em defesa da democracia. Serão mais de 40 editoras oferecendo seu acervo com preços e condições especiais que podem chegar a 30% de desconto.

“Mais do que uma honra, é um dever cidadão manter um espaço aberto para que se possa debater o Brasil de ontem, de hoje e para o futuro. O FLIV-Rio é esse palco para congregar o pensamento progressista e manter unidos academia, movimento sindical, ativismo, toda a sociedade civil, deixando a produção literária guiar a discussão”, afirma Francisco Izidoro, idealizador do festival e diretor do Sinttel-Rio (Sindicato dos Trabalhadores de Telecomunicações), que promove o Festival juntamente com o Sinpro-Rio (Sindicato dos Professores do Rio de Janeiro) e a Associação Brasileira de Imprensa (ABI).

A primeira edição ocorreu na efervescência da campanha eleitoral de 2022, momento de forte ameaça ao Estado democrático de direito, no qual se disputou o destino do Brasil entre a barbárie e a civilidade. Diante da conjuntura urgente, as mesas e demais atividades do evento foram direcionadas para o enfrentamento ao fascismo, combate ao racismo e ao discurso de ódio, democracia em risco, posicionamento da mídia e marxismo. Esses temas continuam tendo prioridade, uma vez que as sequelas dos anos de desmonte de políticas públicas e de direitos constituídos seguem prejudicando a população e o trabalho de reflexão sobre a reconstrução do país precisa continuar a ser feito. O FLIV-Rio se coloca como esse espaço de produção de conhecimento conjunto e disseminação de ideias