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Economia

A fuga

Cena que você ainda vai ver em "X da questão"

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Na tarde ensolarada de 6 de setembro de 1990, um homem alto, louro, de olhos verdes e porte atlético foi visto em desabalada carreira pela rua das Laranjeiras, no Rio, saindo da mansão da família Leal. Havia em seu rosto um misto de pânico e desorientação. O homem entrou em seu possante automóvel e cruzou o túnel Rebouças sem sequer olhar para trás. É possível que o homem louro estivesse preocupado com uma eventual reação de seu pai e confidente de todas as horas, o empresário Eliezer Batista da Silva (o “da Silva” é frequentemente omitido), ex-chairman da Cia. Vale do Rio Doce.

Antes de deixar a mansão dos Leal de forma tão desastrada, Eike Batista tivera duas conversas dramáticas. A primeira fora na fortaleza de sua família, na rua Caio Mello Franco, Jardim Botânico, uma construção toda revestida de vidro fumê e coalhada de seguranças armados com escopetas. Ali, enquanto dona Jutha, sua mãe, aguardava ansiosa na piscina, Eike dialogava com Patrícia num dos amplos salões da casa.

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“Eu não posso mais me casar com você”, foi dizendo ele de chofre.

“Mas, Eike, nós já estamos casados!”, reagiu Patrícia, atônita.

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A jovem socialite fazia alusão à cerimônia oficializada, três dias antes, por frei Marcos, o titular da Igreja do Leme. Naquela paróquia, diante de algumas testemunhas – entre as quais Louis Albert de Moustier, então um dos maiores acionistas da Antarctica e marido da irmã de Patrícia – os dois receberam o sacramento que torna o casamento legal perante os olhos de Deus. Patrícia, anteriormente, preferira a capela de sua casa, mas a Igreja não concordou. Por isso, o casamento civil fora marcado para adiante, no dia 12, quando haveria uma grande festa para quatrocentos convidados, pescados entre o melhor do grand monde.

“Acho que você deve explicar isso ao meu pai e à minha mãe”, ponderou Patrícia, às lágrimas, depois de uma acalorada discussão e ante a falta de argumentos sólidos para a desistência.

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Poucas horas depois, a mansão das Laranjeiras servia de cenário para a segunda conversa.

“Mas por quê, Eike?”, perguntava a mãe de Patrícia igualmente estupefata.

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“Não posso...”

“Mas tem que haver um motivo...”

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“Não dá...”

Diante da impossibilidade de chegar a um acordo, sugeriu-se que Eike aguardasse Arnaldo Ferreira Leal, big-shot da construção civil e pai de Patrícia, que chegaria dali a minutos. Foi o suficiente para que Eike tomasse velozmente o rumo da saída, batendo atrás de si a porta da propriedade, onde jamais colocaria os pés novamente. A mansão dos Leal, logo depois, se transformaria num cemitério.

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“Enquanto embrulhavam centenas de presentes com papel pardo para devolução”, conta um amigo do clã, “só se percebia tristeza e lamentação.” Eike, por sua vez, plantou suas diligentes secretárias na loja Vivara, onde estava a lista de presentes de casamento. Ali, os convidados poderiam reaver o dinheiro gasto inutilmente.

Patrícia, que deu origem ao termo Patricinha, sempre se manteve impecável em relação ao trágico episódio, fazendo jus aos seus reconhecidos padrões de educação e discrição. Manteve a linha mesmo ao saber o “motivo”: Eike estava apaixonado por Luma de Oliveira. Coisa que tout le Riô já sabia. Depois encontraria consolo nos braços de Antenor Mayrink Veiga, o playboy filho da célebre Carmen.

E segue o baile.

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