'A privatização do BB será inevitável', diz presidente do banco
"Eu acho que, em algum momento, a privatização do Banco do Brasil será inevitável. Com as amarras que uma empresa pública tem, vai ser muito difícil o ajustamento, no horizonte de 2, 3, 4 anos", disse presidente do BB, Rubem Novaes
247 - O presidente do BB, Rubem Novaes, voltou a falar que a privatização do banco estatal está no horizonte da sua gestão. Desta vez o discurso é de que o avanço da tecnologia no setor bancário e os fenômenos das fintechs e do "open banking" (abertura de dados e serviços bancários a outras empresas) tornam inevitável a privatização.
A afirmação foi feita durante palestra na Associação Comercial do Rio de Janeiro. Rubens disse que o controle do banco pelo Estado impõe amarras que já dificultarão a competição do BB nesse mercado "no horizonte de dois, três, quatro anos".
"É opinião minha, não é de governo, mas eu acho que, em algum momento, a privatização do Banco do Brasil será inevitável. Com as amarras que uma empresa pública tem, vai ser muito difícil o ajustamento, no horizonte de 2, 3, 4 anos, a esse novo mundo de open banking e das fintechs. Fica muito difícil em uma instituição ligada a governos acompanhar esse ritmo. Competimos com uma espécie de bola de ferro na canela", disse ele, de acordo com reportagem do jornal O Globo.
Sob o seu comando, o BB deu início a uma privatização disfarçada com a assinatura de memorando de entendimento com o suíço UBS para formação de uma "parceria" das instituições na área de banco de investimento e corretora de valores no Brasil e outros países da América do Sul. A instituição estrangeira ficará com mais de 50% do capital.
Rubens reafirmou que o plano é privatizar tudo o que não seja negócio principal do banco.
"Se o negócio não tem nenhuma sinergia como nosso "core business", vamos tentar privatizar. Vendemos nossa participação na Neoenergia, no IRB e fechamos a BBTur. Já estamos "mandatados" para vender o nosso banco na Flórida (EUA) e podemos rever a questão do banco na Argentina", disse.
