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      Abílio a Dilma: é inadiável restituir confiança do empresariado

      Em carta aberta a presidente reeleita, Dilma Rousseff, empresário Abilio Diniz, um dos cotados para ingressar no governo, cobra reforças políticas e tributarias e diz que é inadiável também restituir a confiança do empresariado para ele voltar a investir: “o próximo ciclo de crescimento virá pelo aumento dos investimentos, essencial para promover a produtividade e a competitividade”

      Em carta aberta a presidente reeleita, Dilma Rousseff, empresário Abilio Diniz, um dos cotados para ingressar no governo, cobra reforças políticas e tributarias e diz que é inadiável também restituir a confiança do empresariado para ele voltar a investir: “o próximo ciclo de crescimento virá pelo aumento dos investimentos, essencial para promover a produtividade e a competitividade” (Foto: Roberta Namour)
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      247 – O empresário Abilio Diniz defende, em carta aberta a presidente reeleita, Dilma Rousseff, a aproximação do governo com o empresariado para ele voltar a investir: “o próximo ciclo de crescimento virá pelo aumento dos investimentos, essencial para promover a produtividade e a competitividade”. Leia:

      Carta à presidente

      Dilma, como vencedora, é você quem tem a condição de promover a nova união do país. Essa responsabilidade é sua, mas é também de todos

      Dilma, parabéns. Você venceu depois de uma difícil e tensa campanha, na qual vimos um Brasil dividido. O gosto da vitória é maravilhoso para quem lutou tanto, mas traz responsabilidades ainda maiores. Responsabilidades que você já assumiu no pronunciamento do último domingo (26).

      A campanha não precisava ser uma guerra, e o importante agora é tranquilizar o país. Foi isso o que você fez em seu discurso ao defender a união, o diálogo e um governo para todos. Como você ressaltou, os grandes entendimentos costumam surgir nos momentos em que as sociedades se encontram divididas. Agora é preciso transformar discurso em ação.

      O Brasil saiu da eleição tenso, emocionalmente abalado e preocupado com o futuro. Saiu falsamente rachado entre esquerda e direita, ricos e pobres, com sérias dúvidas sobre o papel da iniciativa privada diante de um Estado cada vez mais forte e intervencionista.

      Dilma, sei que você não está contente com a radicalização. Como vencedora, é você quem tem a condição de promover a nova união dos brasileiros. Essa responsabilidade é sua, mas é também de nós, empresários, e de todos os cidadãos.

      No seu discurso do domingo, você deixou claro que vai se esforçar mais e ouvir mais. É o momento de acreditarmos na sua vontade de unir o país. As divergências só aumentam a necessidade de entendimento e de diálogo, com canais abertos e uma imprensa livre.

      Eu a conheço há muitos anos. Sei o quanto você quer o bem de todos os brasileiros. Assim como eu sei, você precisa deixar que todos saibam. Comece mostrando de fato que governará para todos. Para os pobres e mais necessitados, mas também para os trabalhadores, a classe média, os empresários e a livre iniciativa.

      Só com um programa de união reacenderemos o motor que move a economia e gera empregos e renda. As dificuldades são circunstanciais. Temos condições de superá-las.

      Todos que produzem para o mercado de consumo sabem como é importante um Brasil que cresce distribuindo renda, dando emprego e chance a todos. Isso atrai investimentos, impulsiona a economia e, sobretudo, ajuda a população.

      Não temos tempo a perder. É preciso realizar as reformas necessárias, principalmente a política e a tributária, combater duramente a corrupção e dar um choque de gestão no Estado. É preciso profissionalizar a administração, colocar pessoas certas nos lugares certos e reorganizar os processos.

      É inadiável também restituir a confiança do empresariado para ele voltar a investir. O próximo ciclo de crescimento virá pelo aumento dos investimentos, essencial para promover a produtividade e a competitividade.

      Nosso imenso mercado consumidor, nossa grande capacidade de exportar commodities e o espírito trabalhador e empreendedor dos brasileiros são pilares para a retomada. Mas será preciso melhorar a infraestrutura, o ambiente de negócios, a previsibilidade das regras e a produtividade.

      Para crescer no mundo globalizado, temos que qualificar o trabalhador e elevar sua produção média. Educação de qualidade é a chave do sucesso.

      A campanha política acabou, hoje é a vida real. Passado não se esquece, mas manda a sabedoria que se olhe com determinação para o futuro, pois é nele que vamos viver e construir.

      A agressividade eleitoral foi rejeitada pelos brasileiros, que querem o país focado na solução dos problemas. É preciso focar no muito que nos une, e não no pouco que nos separa. O Brasil não será cortado ao meio pela disputa política. Há muito em comum para construir um caminho produtivo que melhore a vida de todos.

      Escrevo esta carta autorizado pelo amor que tenho pelo Brasil e pelo desejo de poder contribuir para o desenvolvimento deste país. Quero poder sempre contar aos mais jovens o meu orgulho de ser brasileiro. Que Deus ilumine o nosso caminho. Bom governo.

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