Acreditem: greve na China
Em atitude rara na ditadura do pas oriental, motoristas de caminhes paralisaram as atividade no Porto de Xangai
Num fato raro na China, dominada por uma ditadura que proíbe qualquer manifestação democrática, motoristas de caminhões protestaram no principal distrito portuário de Xangai nesta sexta-feira (22). A manifestação acontece no terceiro dia de uma greve dos trabalhadores e ocorreu com uma forte presença da polícia. A paralisação já começa a afetar as exportações no maior porto de contêineres do mundo. A greve foi convocada como protesto contra a elevação constante do custo de vida e os altos preços de combustíveis na China. O governo chinês tem dificuldade para conter a inflação, que atingiu 5,4% em março. Ao mesmo tempo, não permite reajustes salariais que acompanhem o ritmo inflacionário, o que pode levar à generalização de greves no País. Algumas autoridades chinesas têm feito referências aos recentes acontecimentos no Oriente Médio, que derrubou governos em países como Egito e Tunísia.
Em Xangai, um grupo de mais de 600 pessoas se amontoou em frente ao escritório de uma operadora logística, ao lado do porto Baoshan. Alguns armaram um piquete e atiravam pedras em caminhões de motoristas que não se juntaram à greve. Os grevistas, muitos deles caminhoneiros independentes, pararam de trabalhar na quarta-feira, exigindo que o governo dê uma resposta ao aumento do custo de vida. A China teme que o movimento se alastre, após apelos feitos na internet que convocaram a 'Revolução de Jasmim', que provocou manifestações em cidades da China em fevereiro. O país deteu dezenas de dissidentes, incluindo o artista renomado Ai Weiwei.
Ao menos 50 policiais estavam na região dos protestos nesta sexta-feira (22) e ao menos duas pessoas foram presas por jogar pedras em caminhões. Policiais à paisana também detiveram provisoriamente alguns jornalistas estrangeiros e empurraram um fotógrafo da Reuters.
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