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Economia

Aéreas pedem socorro ao governo contra dólar alto e demanda fraca

O aumento do déficit de caixa das companhias áreas provocado pela desaceleração da demanda e do aumento dos custos por conta da disparada do dólar levou as empresas do setor a pedirem apoio ao governo federal; o presidente da associação que representa o setor, Abear, Eduardo Sanovicz, disse que um pacote com seis propostas foi apresentado na semana passada ao ministro da Aviação, Eliseu Padilha, e será exibido na quinta-feira ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy; medidas teriam potencial de reduzir os custos das empresas em até R$ 6 bilhões, diz ele

O aumento do déficit de caixa das companhias áreas provocado pela desaceleração da demanda e do aumento dos custos por conta da disparada do dólar levou as empresas do setor a pedirem apoio ao governo federal; o presidente da associação que representa o setor, Abear, Eduardo Sanovicz, disse que um pacote com seis propostas foi apresentado na semana passada ao ministro da Aviação, Eliseu Padilha, e será exibido na quinta-feira ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy; medidas teriam potencial de reduzir os custos das empresas em até R$ 6 bilhões, diz ele (Foto: Paulo Emílio)
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Por Priscila Jordão, Reuters - O setor aéreo brasileiro anunciou nesta terça-feira ter pedido apoio ao governo federal para aliviar seus custos diante de um cenário de aprofundamento do déficit de caixa das empresas devido à desaceleração da demanda por voos e ao forte aumento dos gastos por conta da disparada do dólar.

O presidente da associação que representa o setor, Abear, Eduardo Sanovicz, disse que um pacote com seis propostas foi apresentado na semana passada ao ministro da Aviação, Eliseu Padilha, e será exibido na quinta-feira ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Segundo ele, as medidas teriam o potencial de reduzir os custos das empresas em até 6 bilhões de reais a partir de sua implementação.

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O pacote inclui a proposta de que o Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac) assuma por 18 meses as tarifas aeroportuárias e de navegação do setor, além de pedido pela eliminação do ICMS sobre o querosene de aviação e precificação do combustível em linha com o mercado internacional, entre outras.

A associação prevê um déficit de caixa do setor em 2015 de 7,3 bilhões de reais, com os custos disparando 24 por cento sobre 2014 e as receitas avançando apenas 3,7 por cento. Em 2016, a previsão é de que esse déficit chegue a 11,4 bilhões de reais com o dólar a 3,88 reais e 12,1 bilhões de reais com o dólar a 4,44 reais.

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A Abear tem TAM, Gol, Azul e Avianca como associadas.

Sanovicz apontou que o setor vem sendo fortemente afetado pela valorização acentuada do dólar ante o real, que eleva o preço do combustível de aviação, e pela oneração com tarifas de conexão, aeroportuárias e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A reoneração da folha de pagamento e a conjuntura recessiva da economia, que dificulta o repasse do aumento dos custos aos clientes na forma de passagens mais caras, têm agravado esse quadro.

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"Se esse cenário não for enfrentado, as pessoas vão voltar a andar de ônibus. As três maiores empresas anunciaram nos últimos 35 dias, cada uma de uma forma, redução de oferta", disse Sanovicz. "O que está em risco sob esse cenário é o tamanho do mercado que o país construiu. O plano B é voltar para trás para manter o sistema de pé."

Ele afirmou não saber se o governo federal acatará o pedido diante do quadro atual de ajuste fiscal, mas que a Abear está fazendo sua parte.

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Desde o começo do ano, o dólar acumula valorização de mais de 50 por cento ante o real.

Na segunda-feira, a agência de classificação de risco Moody's mudou a perspectiva da nota da Gol de positiva para negativa, citando deterioração das métricas de crédito da empresa nos próximos 12 meses. Na semana passada, o banco UBS reduziu preço-alvo e recomendação para as ações da empresa, comentando sobre preocupações geradas pela desvalorização do real e pela crise econômica.

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DADOS DE AGOSTO

A Abear também divulgou nesta terça-feira as estatísticas do setor em agosto, quando houve queda de 0,64 por cento da demanda por voos domésticos ante o mesmo mês de 2014 e variação positiva de 0,14 por cento da oferta. A taxa de ocupação dos voos ficou em 78,71 por cento, recuo de 0,6 ponto percentual.

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Os dados mostram praticamente equilíbrio entre oferta e demanda, o que é positivo, mas, segundo Sanovicz, a situação "é passado".

Com a queda da demanda em agosto, já ficou claro que a procura por voos por parte de passageiros de lazer não repõe mais a queda no volume de passageiros corporativos em meio à desaceleração da economia, disse.

Para o presidente da Abear, a demanda no consolidado de 2015 certamente ficará abaixo do acumulado de janeiro a agosto, de alta de 3,83 por cento.

No mercado de voos internacionais, a demanda em agosto cresceu 16,31 por cento e a oferta subiu 18,84 por cento em agosto na comparação anual. Os números expressivos são resultado principalmente do lançamento de voos internacionais pela Azul. A taxa de ocupação ficou em 83,50 por cento, baixa de 1,82 ponto percentual.

PARTICIPAÇÃO DE MERCADO

A TAM liderou o mercado doméstico em participação em agosto, com fatia de 38,27 por cento, seguida por Gol, com 34,74 por cento. A Azul veio em seguida, com 17,15 por cento, e a Avianca somou 9,84 por cento do mercado.

Nos voos internacionais, a TAM também foi líder, com parcela de 78,89 por cento. A Gol somou 13,66 por cento, a Azul ficou com 7,40 por cento e a Avianca com 0,06 por cento, segundo os dados da Abear

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