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Economia

Até quando esperar?

O dever de casa governamental no apoio à internacionalização das empresas

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A primeira década do século XXI registrou avanços impressionantes na economia nacional frente ao cenário de bruscas mudanças e abalos nos chamados países desenvolvidos. Neste período, o Brasil consolidou sua moeda, manteve o câmbio flexível, atingiu o Investment Grade, mais que triplicou suas exportações, diversificou mercados, bateu recordes de captação de investimentos. Em 2011, por exemplo, o país atraiu US$ 66,7 bi em IED – Investimento Estrangeiro Direto.

Aproveitando a baixa nos preços internacionais, as transnacionais brasileiras compraram entre 2010 e 2011 mais de US$ 60 bi em ativos (IBD – Investimento Brasileiro Direto). Aquisições como a Swift Americana pelo Grupo JBS-Friboi, o Burger King um dos maiores impérios do fast food mundial e a Budweiser pela AMBEV/INBEV são exemplos do senso de oportunidade das globais verde-amarelas. Da mesma forma, as siderúrgicas, mineradoras e empreiteiras nacionais expandiram suas aquisições no exterior, consolidando a presença brasileira no cenário do comércio mundial.

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Viajar numa aeronave da Embraer em voos regionais dos Estados Unidos ou num ônibus da Marcopolo durante a Copa do Mundo de 2010 na África do Sul e futuramente no Metrô da Cidade do Panamá construído pela Odebrecht mostra a vocação brasileira para jogar “na primeira divisão dos negócios mundiais”.

A expansão internacional da Wizard na China, Colcci em Portugal, Giraffas nos Estados Unidos, Via Uno em Cuba, Mormaii na Argentina, Bob’s em Angola, Natura no Chile etc ajudam a consolidar os negócios brasileiros na conquista de novos territórios. Dá orgulho encontrar produtos Piccadilly, Bauducco, Havaianas, Marilan, Arezzo, Pisos Eliane, Forno de Minas, Sadia, Perdigão, Todeschini e dezenas de outras marcas expostas em vitrines, prateleiras e fachadas de lojas mundo à fora.

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O governo tenta acompanhar o movimento de globalização brasileira de duas formas: pela via do apoio às empresas ou da própria inserção externa. Nos últimos dez anos, o Itamaraty ampliou consideravelmente o número de representações diplomáticas, totalizando 133 embaixadas. Apenas no Governo Lula, 68 representações foram abertas, entre consulados e embaixadas. A Agência de Promoção de Exportações e Investimentos do Brasil – APEX Brasil – expandiu sua rede de apoio à exportação no exterior e criou a Unidade de Internacionalização de Empresas Brasileiras, responsável pela operação de sete Centros de Negócios regionais: Miami (Estados Unidos), Havana (América Central), Bruxelas(Europa), Moscou (Leste Europeu, Pequim (China), Luanda (África) e Dubai ( Oriente Médio). Com relação ao “funding”, elemento imprescindível para o posicionamento competitivo em mercados-alvos, estima-se que o BNDES tenha financiando aproximadamente R$ 143 bilhões nos últimos dez anos, contemplando centenas de operações de exportações e projetos de investimento para empresas com investimentos diretos no exterior.

Por motivos muito específicos que variam desde a reação a concorrência acirrada no mercado interno imposta por competidores estrangeiros, como ocorre no caso dos correios frente às couriers (Fedex, UPS etc), até a replicação de Know How adquirido há décadas no atendimento da demanda de um país continental como o Brasil, como é o caso da Eletrobrás no setor hidroelétrico, as empresas públicas ou com participação de capital governamental seguem a mesma tendência de internacionalização, como ocorre com a CEMIG (energia), Sabesp (saneamento), IRB-Brasil Re (Resseguros), CPQD (Telecomunicações), Capes (Educação), Banco do Brasil (financeiro), Caixa Econômica (Financeiro), Embratur (Turismo) e o próprio BNDES (financeiro). A maioria destas instituições ou já possuem escritórios/subsidiárias no exterior ou se preparam para experimentar este processo.

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O aumento da participação de empresas públicas na internacionalização pode ser considerado uma ótima notícia para o interesse estratégico nacional, principalmente se for acompanhado de um Programa de Globalização em Cadeia contemplando centenas de pequenas e médias empresas. Mas quem está coordenando este assunto? Como garantir as oportunidades para que os fornecedores locais não apenas participem como exportadores de produtos e serviços, mas, tenham informações e incentivos suficientes para “transpor os oceanos” na esteira da Globalização de nossas grandes empresas públicas e privadas?

A Coréia do Sul induziu a formação de conglomerados mundiais numa clara estratégia de Global Branding resultando em marcas líderes nos setores automotivos, eletro-eletrônico, naval etc. Os finlandeses saíram de uma sociedade dependente do setor de papel e celulose e geraram uma empresa global como a Nokia. Os chineses em suas revisões do Plano Quinquenal atualizam permanentemente a estratégia por eles batizada de “Going Global” que obviamente está dando certo e o Brasil saberá aproveitar “o período mágico” de sua economia aquecida, a baixa nos preços dos ativos mundiais e a avalanche de investimentos que chegam quase que por gravidade ao país, motivadas pelo Pré-Sal, Copa e Olimpíadas, para estruturar e consolidar sua posição global?

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É chegada a hora de copiar o pragmatismo asiático e “assumir as rédeas deste cavalo encilhado”, chamado crise econômica mundial, globalizando nossas empresas e fazendo o dever de casa que nos coloque no “mais alto pódio” das nações competitivas frente à desafiadora Copa dos Negócios Mundiais !

 

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Gilberto Lima Junior é consultor de negócios internacionais, Presidente da Going Global Consulting e Membro do Conselho do World Trade Center do Brasil

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