Bancários protestam contra demissões do Itaú

247 – O fechamento de 4.202 postos de trabalho pelo Itaú em todo o País, apenas entre março e setembro deste ano, segundo o Sindicato dos Bancários, é motivo de revolta e manifestações por parte de funcionários demitidos da instituição. Com faixas com os dizeres "Feliz Natal para quem? Itaú: campeão das demissões" e "Prêmio Sustentabilidade? Itaú: campeão de demissões", os trabalhadores atacaram hoje, em manifestação na Avenida Paulista, a política adotada pela gestão da instituição, principalmente após a fusão dos bancos Itaú com Unibanco, no final de 2008. Nesta terça-feira, os bancários se reuniram em frente ao Centro Empresarial Itaú Conceição (Ceic), na zona sul de São Paulo, fantasiados de reis, em referência ao Natal, e munidos de faixas.

Segundo o funcionário do banco e diretor executivo do Sindicato dos Bancários, Daniel Reis, no início desta semana diversas pessoas foram desligadas, a maioria com perfil de mais de 20 anos de banco. “São demissões injustificáveis e iremos realizar novas manifestações, protestando contra essa atitude absurda do banco diante de um ano com lucros recordes”. Estão previstos protestos em todo o País nesta quarta-feira, 21. “Todos estão recebendo um cartão para que escrevam para o Moreira Salles e o Setúbal [presidentes do Unibanco e do Itaú]. Entregaremos as mensagens para eles”, avisou Reis.

No início de dezembro, o presidente da instituição, Roberto Setúbal, anunciou que o banco pretendia cortar R$ 3 bilhões até o final de 2012. Estudo do Dieese mostra que, entre os bancos, o Itaú é o campeão nacional de demissões em 2011 e substituições de trabalhadores com maior tempo de casa por outros menos custosos aos cofres da instituição. O Santander aparece na segunda posição, com 1,5 mil demissões realizadas. O Bradesco, ao contrário, exibe um saldo de 600 contratações. No exterior, como forma alegada de enfrentar a crise financeira global, o Citibank anunciou cortes, para os próximos anos, de um total de 4,5 mil funcionários, o que ajuda a dimensionar a expressão do enxugamento de pessoal feito aqui pelo Itaú de Roberto Setúbal. “Nosso foco, agora, é eficiência”, disse ele em entrevista ao jornal Valor Econômico.