TV 247 logo
      HOME > Economia

      Banco Mundial: Brasil deve crescer menos de 2%

      Depois do FMI, Banco Mundial divulga relatório em que estima um menor crescimento da economia brasileira para 2014; situação é preocupante, porque combina baixo crescimento com pressão inflacionária, disse, em Washington, o economista chefe Augusto de la Torre

      Depois do FMI, Banco Mundial divulga relatório em que estima um menor crescimento da economia brasileira para 2014; situação é preocupante, porque combina baixo crescimento com pressão inflacionária, disse, em Washington, o economista chefe Augusto de la Torre (Foto: Gisele Federicce)
      Gisele Federicce avatar
      Conteúdo postado por:

      Daniel Lima – Repórter da Agência Brasil

      Um dia depois de o Fundo Monetário Internacional (FMI) reduzir as estimativas de crescimento para o Brasil, o Banco Mundial divulgou, nesta quarta-feira ((9), relatório dizendo que o país deverá crescer menos de 2% neste ano. A situação é preocupante, porque combina baixo crescimento com pressão inflacionária, disse, em Washington, o economista chefe para a América Latina e o Caribe do Banco Mundial, Augusto de la Torre, que hoje apresentou o relatório International Flows to Latin America: Rocking the Boat? (Fluxos Internacionais para a América Latina: Problemas à vista?, em tradução livre).

      De acordo com a instituição, o baixo crescimento do país deve-se, em parte, ao fato de ainda não ter sido implementada "a agenda de reformas para evitar um cenário de baixo crescimento, poupança limitada e reduzido investimento".

      Sobre o crescimento, Augusto de la Torre disse que o normal seria, nessas condições, uma situação de baixa inflação. O economista ressaltou, porém, que esse é um problema de curto prazo e que as perspectivas de longo prazo para o país são "sempre" favoráveis. No curto prazo, recomendou o economista, é preciso resolver pressões inflacionárias acompanhadas de baixo crescimento.

      "O país tem uma grande riqueza, é o maior da região. Estou otimista com o crescimento do Brasil. O desafio é crescer a curto prazo. O país precisa criar mais espaço para uma combinação entre política fiscal e monetária. A política fiscal precisa ser mais ajustada para abrir mais espaço na política monetária. A combinação é uma política difícil, mas o Brasil deveria balancear as duas. Adotar uma política monetária mais elástica", disse.

      Na região sul-americana, as previsões de crescimento para este ano variam entre -1%, na Venezuela, e quase 7%, no Panamá, seguido de perto pelo Peru, com 5,5%. Também acima da média regional estão o Chile e a Colômbia, com expectativas de crescimento superiores a 3,5%.

      O México terá aproximadamente 3% e mereceu uma consideração à parte pela onda de reformas, que atingem o setores bancário, da educação, de telecomunicações, de impostos e energia. Para o economista, essa onda de reformas aumentou o otimismo dos investidores e melhorou as perspectivas de crescimento do país, não só este ano.

      De la Torre também apontou as situações que, para ele, representam riscos globais para a América Latina. Entre elas, estão a política monetária dos Estados Unidos e o futuro econômico da China. Para o economista do Banco Mundial, a China deverá crescer 7,5% ou menos, com impacto para o crescimento da América Latina e suas exportações.

      No caso dos Estados Unidos, a retomada do crescimento e a política de redução das intervenções do Tesouro norte-americano tornarão a economia daquele país mais atrativa, com a retirada de recursos dos emergentes, por exemplo. De la Torre disse que, mesmo assim, o impacto da inversão nos fluxos de capital é menos significativo na América Latina e no Caribe, pois a região conta com novos recursos internacionais, mais estáveis.

      "Os mercados financeiros estrangeiros têm volatilidade e certo grau de instabilidade. As razões são o preços da política monetária dos Estados Unidos, que vai continuar a ser normalizada. A outro é a expectativa do futuro da economia na China", disse o economista.

      De la Torre ressaltou, no entanto, que a região está mais preparada, principalmente a Colômbia, o Chile, o México, o Peru e o Brasil, que são os países que podem suportar melhor as pressões globais. Outra boa notícia, segundo ele, é que, antes de 2003, a América Latina era uma região que devia muito, mas passou agora a ser um importante credora. Houve ainda aumento da captação de investimentos estrangeiros diretos (IED) na região na última década, em detrimento do capital especulativo, mais volátil.

      ❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com redacao@brasil247.com.br.

      ✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.

      Rumo ao tri: Brasil 247 concorre ao Prêmio iBest 2025 e jornalistas da equipe também disputam categorias

      Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

      Cortes 247