Bancos começam a quebrar na Espanha

247 – A crise econômica na Espanha continua contaminando as instituições financeiras. O Banco de Valência, que passou ao controle do Banco da Espanha, por meio de uma injeção de um bilhão de euros e pela abertura de uma linha de credito de dois bilhões de euros no último dia 21, vive um novo drama nesta quinta-feira. A instituição voltou à Bolsa hoje depois de ser suspensa desde o meio-dia da segunda-feira. Em seu primeiro movimento, as ações abriram com uma desvalorização de 4,7%, mas a medida que sessão avançava, a queda chegou a atingir 25% a primeira meia hora, com papéis a 0,55 euro. Aos poucos o valor das ações se estabilizou em baixa 20%, a 0,57 euro. O preço caiu 94% em comparação com o pico atingido em 2007, quando era negociado acima de 10 euros por ações.

Diante de um declínio nos lucros acompanhado da elevação de empréstimos podres, esse pequeno banco valenciano com € 24 bilhões em ativos não teve como cobrir um volume de até € 800 milhões em perda de reservas. Como resultado disso, a instituição precisaria levantar uma quantidade quase equivalente em capital novo. Segundo o BC espanhol, a decisão de socorrer a instituição foi tomada após avaliações que mostraram que o banco não conseguiria adotar as medidas necessárias para garantir sua viabilidade. Os negócios com ações do Banco de Valencia foram interrompidos pela agência reguladora do mercado financeiro espanhol antes de o banco central anunciar a intervenção. A instituição possui um valor de mercado de 364,5 milhões de euros.

Assim, o Banco de Valência se tornou a quarta instituição financeira espanhola a receber a intervenção do BC espanhol. A Caja Castilla La Macha, a Cajasur e a Cam já haviam passado por esse tipo de processo.