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      Bancos esportistas

      Há um celeiro grande de grandes atletas que precisam de patrocínio, mas é fundamental que empresas privadas tomem fôlego e apostem no País

      Carlos Henrique Abrão avatar
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      A maioria dos bancos entrou de corpo e alma nos esportes e são patrocinadores de muitas categorias. Do futebol ao basquete, vôlei, e muitas outras modalidades, os bancos públicos e privados sinergiam a presença em todos os campos da competição.

      E, faltando um mês para as Olímpiadas de Londres, levaremos mais de 200 atletas, mas as chances reais de medalhas são inferiores a 3%, de forma otimista. Há um celeiro grande de grandes atletas que precisam de patrocínio, mas é fundamental que empresas privadas tomem fôlego e apostem no País.

      Não é imaginável o custo-benefício da competição, porém as entidades financeiras, desde o Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, e também os Correios, apostam pesado nos atletas brasileiros.

      O melhor seria se mantivessem parcerias público-privadas e aumentassem o grau de certames para que nossos competidores tivessem chances verdadeiras de triunfos e não fossem a Londres para um mero turismo.

      Somos uma nação que investe pesado no futebol e deixa de lado outras importantes modalidades, o tênis, há muitos anos, não aparece um novo e triunfante jogador, o que demonstra no mais das vezes, que vivemos de isolados astros que despertam por esforço próprio, e não outra condição.

      A lacuna não pode deixar de ser preenchida, mas, ao lado do esporte, existem outras atividades igualmente importantes, principalmente culturais, as quais não chamam a atenção, notadamente dos bancos públicos, que se amarram no jargão de sua toada política.

      Continuamos no atraso cultural secular, e o intercâmbio com os países desenvolvidos tem sido pequeno, daí talvez a razão de milhares de estudantes brasileiros terem deixado o Brasil e feito universidade no exterior.

      Precisamos trocar o sentido dos Bancos esportistas, que dão uma imagem surrealista de que o Brasil possui atletas, mas, na realidade, temos poucos, e do total de 200 em Londres, presumidamente, ganharemos 5 medalhas de ouro, menos do que Cuba e outras Nações, cujos investimentos ficam muito aquém do que é feito no País.

      E o que se espera hoje, mais do que a profissionalização dos atletas, é uma diversidade das modalidades, pois o país das chuteiras precisa dar espaço aos atletas do futuro que congreguem um conjunto de atividades, e não apenas uma que monopoliza a imprensa e robotiza os torcedores.

      O investimento feito pelos bancos, portanto, não poderia minar as atividades fundamentais, desde o atletismo, passando pela ginástica olímpica, entrando fundo nas corridas e demais modalidades, sob pena de darmos uma irreal noção que o Brasil tem atletas múltiplos em todos os setores.

      A infraestrutura é peca e sem ginásios, quadras e campos, os nossos atletas não terão onde treinar. Desta forma, se isso tudo é insuficiente, que o governo possa granjear recursos das loterias também para todas as modalidades.

      Nas periferias e no longo Brasil continente, faltam espaços destinados aos atletas e, principalmente, de natureza pública. Essa percepção não apenas daria um novo visual ao Brasil, mas, sobretudo, permitiria que a saúde estivesse em primeiro lugar.

      Há dados recentes que pistas públicas e locais de frequência da população acarretam uma evolução do conceito de saúde em todos, na sociedade e derruba o mito da obesidade.

      O Estado somente pode ter uma visão plural e grande de sua população quando colocar à sua disposição um conjunto de praças de esporte, não apenas nas grandes capitais, mas em todas as regiões que alimentam o sonho da esperança de uma medalha olímpica.

      A receita chega tarde para Londres, mas com muita antecedência para 2016, e se o Brasil quiser romper com as amarras do passado, do universalismo das chuteiras e campos de futebol, que invista em praças esportivas dedicadas aos milhões de brasileiros que podem praticar alguma modalidade esportiva, mas não tem recursos para frequentar ambientes de academias ou clubes.

      Fica a sugestão para que a dormência e leniência não sejam amargadas em 2016.

      Carlos Henrique Abrão é desembargador no Tribunal de Justiça de São Paulo

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