Banqueira diz que crescimento da economia brasileira é mais importante do que ajuste fiscal

247 - A presidente global do Grupo Santander, Ana Botín, não crê, diferentemente do "mercado financeiro" nacional, que um eventual descumprimento do déficit fiscal zero gerará grandes problemas. Para ela, o mais importante é que o Brasil cresça expressivamente. 

"O mais importante é que voltemos a crescer. As contas fiscais vão se equilibrar se formos capazes de crescer", disse Ana Botín, em entrevista a jornalistas em Madri, Espanha, conforme relata a Folha de S. Paulo. 

Ela comentava em resposta às recentes declarações do presidente Lula, que na sexta-feira passada disse que será difícil para o governo federal atingir a meta de déficit zero em 2024, como defendia o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.  

Segundo Botín, o Brasil está nos trilhos para registrar um crescimento econômico acima da média global este ano, projetando uma alta de 3% no Produto Interno Bruto (PIB). 

Ela afirma que a questão fiscal será auxiliada pela queda nos juros. E chega a prever o que chama de "ciclo virtuoso" da economia brasileira. "Nós estamos muito otimistas com a América Latina. Hoje, vemos [a região] de uma maneira realmente atrativa e há países como Brasil, que, com a queda de juros, abaixa o custo da dívida interna e isso ajuda muito as contas fiscais", disse Botín.

"Podemos ter um cenário em que o Brasil entre em um ciclo virtuoso como o que não tivemos nos últimos anos. Com uma moeda sólida, com juros intermediários e também com um espaço fiscal suficiente para simplificar seus sistemas monetários e poder investir mais em políticas de igualdade, capital, mão de obra e infraestrutura", completou.