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    BC: inflação só cai no final do ano

    A ata da ltima reunio do Copom traz uma boa e uma m notcia. A boa: a inflao vai ceder. A m: s no quarto trimestre

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    Alta dos juros. Corte no Orçamento. Nada parece capaz de deter a inflação no curto período. Até mesmo o Banco Central (BC) admite que o velho dragão é mais resistente do que se previa. A instituição afirmou, na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que a inflação acumulada em 12 meses até o terceiro trimestre deste ano tende a permanecer em patamares similares ou mesmo superiores ao atual. Mas, a partir do quarto trimestre, o BC avalia que a tendência da inflação em 12 meses é declinante, na direção da trajetória de metas. Esses são os dois momentos distintos para a trajetória de inflação previstos pelo BC.

    Conforme a ata da última reunião do Copom, divulgada hoje, a inflação alta em 12 meses é explicada, em parte, pela elevada inércia trazida de 2010 e pelo fato de as projeções, contrastando com o observado em 2010, apontarem taxas de inflação próximas ao padrão histórico no trimestre de junho a agosto de 2011. No documento, o presidente do BC, Alexandre Tombini e os diretores da instituição insistem na avaliação de que o cenário prospectivo para a inflação não evoluiu favoravelmente desde sua última reunião. “No último trimestre de 2010 e no início deste ano, a inflação foi forte e negativamente influenciada pela dinâmica dos preços de alimentos, em parte, reflexo de choques de oferta domésticos e externos”, destaca o texto. Para o Copom, as evidências sugerem que os preços ao consumidor já incorporaram parcela substancial dos efeitos desses choques, aos quais se somaram efeitos sazonais característicos da inflação no primeiro bimestre.

    O Copom também considera relevantes os efeitos localizados decorrentes da concentração atípica de reajustes de preços administrados ocorrida no primeiro bimestre deste ano. Para o ano todo, no entanto, a avaliação do BC é de que o comportamento desses itens tende a ser relativamente benigno. O Copom pondera que esses efeitos ainda deverão impactar a dinâmica dos preços ao consumidor, entre outros mecanismos, por meio da inércia.

    O BC avaliou ainda que são “relevantes” os riscos para a inflação decorrentes da persistência do descompasso entre as taxas de crescimento da oferta e da demanda. Os riscos permanecem mesmo nesse momento em que são observados sinais de recuo desse descompasso. O alerta, feito na ata da última reunião do Copom, também aparecia na ata da reunião anterior. A diferença é que o BC faz uma referência de que há sinais de que esse descompasso tende a recuar.

    O BC avaliou que a volatilidade e a aversão ao risco aumentaram no mercado internacional desde janeiro. Esse cenário foi alimentado, em grande parte, por "extraordinários" níveis de liquidez global, "apesar de terem diminuído as chances de nova rodada de ações monetárias não convencionais, e por desenvolvimentos adversos no âmbito geopolítico".

    No documento divulgado hoje, o BC alerta que ainda são altas as preocupações com dívidas soberanas de países e de bancos europeus e com a possibilidade de desaceleração na China, ao mesmo tempo que aumentou a confiança na sustentabilidade da recuperação da economia norte-americana.

     

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