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Economia

Bolsonaro é continuidade da agenda econômica de Temer, diz especialista

O governo de Jair Bolsonaro representa uma "continuidade" de grande parte da agenda de seu antecessor, Michel Temer, por exemplo em relação às privatizações, disse economista à Sputnik Brasil

Michel Temer e Jair Bolsonaro (Foto: Ueslei Marcelino/Reuters | Marcos Corrêa/PR)
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Sputnik - "A política econômica do presidente Jair Bolsonaro, capitaneada pelo ministro Paulo Guedes, tem muitas coisas semelhantes ao do governo Michel Temer: liberalizar o mercado, aprofundar privatização, reforma da Previdência, controle de gastos e tudo o mais", disse Josilmar Cordenonssi, professor de finanças da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Apesar de apontar semelhanças entre os governos Temer e Bolsonaro, Cordenonssi também cita diferenças, principalmente relativas à questão ideológica.  

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"O que difere sãos as outras partes, o que o governo Jair bolsonaro pensa em relação à guerra cultural, que acontece no Ministério da Educação, na parte de política externa, isso aí você tem uma certa ruptura, dado a posição ideológica do presidente. Nisso não há continuidade", indicou. 

'Caminho de uma maior tranquilidade'

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Em entrevista para ao programa Brasil Urgente, da Bandeirantes, Temer teceu muitos elogios à política econômica da dupla Guedes-Bolsonaro, afirmando que ela é uma "injeção de ânimo" e "não devemos perder o otimismo". 

"Seu programa neste momento é uma injeção de ânimo no país, de modo que não devemos perder o otimismo. O Brasil está funcionando muito bem, estamos caminhando para uma relativa tranquilidade institucional. Temos que ter saúde na economia (...). Acho que o Brasil vai em frente", opinou Temer, segundo publicado pelo portal UOL. 

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Cordenonssi concorda que a economia rumo para dias melhores, mas ressalta que é preciso capacidade de negociação com o Congresso para implementar as reformas propostas pelo governo. 

"Concordo que a economia brasileira está no caminho de uma maior tranquilidade, o problema é o caminho até chegar lá. Nós temos muito percalços, vamos precisar de muita capacidade de negociação, principalmente com a Câmara e o Senado, para implementar as reformas econômicas", afirmou o especialista ouvido pela Sputnik Brasil.

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Após pandemia, corte de gastos

O professor ressalta que o caminho de liberalizar a economia e reduzir gastos públicos, além de fazer as reformas administrativa e tributária, foi retardado pela pandemia. Mas, passado o período de "emergência", ele disse que a economia "tem que voltar ao rumo da consolidação fiscal, dos gastos ficarem abaixo do teto e de tentar reduzir  permanentemente os gastos do Estado brasileiro". 

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Para que isso ocorra, o economista diz que o Bolsonaro mais calmo que surgiu nas últimas semanas precisa ser algo permanente. 

"Para isso nós vamos precisar do mínimo de conflito possível entre os poderes. Essa calmaria que nós estamos vendo agora, principalmente vindo da maior tranquilidade do presidente Bolsonaro, tem que permanecer", disse. 

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PSDB publica carta contra Guedes

De todos os ex-presidentes brasileiros, Temer é o único que sai em defesa de Bolsonaro. O PSDB, apesar de ser crítico da política econômica dos governos petistas e ter implementado, durante a gestão Fernando Henrique Cardoso, série de privatizações, divulgou nesta quarta-feira (8) uma dura carta contra Paulo Guedes. O estopim foram críticas do ministro ao Plano Real. 

"Até agora, passados 18 meses, o ministro da Economia continua no vermelho, continua devendo. Até agora, Paulo Guedes foi apenas o ministro do 'semana que vem nós vamos', ministro de uma semana que nunca chega", diz a carta, assinada pelo presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, segundo o portal Terra. 

Para Josilmar Cordenonssi, três motivos explicam as loas de Temer ao governo Bolsonaro.

"Acredito que o ex-presidente Temer tem interesse em se associar à política econômica do presidente Bolsonaro, que seria de certa forma continuidade da sua política, da sua ponte para o futuro [nome de programa lançado por Temer ao assumir Presidência], e, ao mesmo tempo, dissociar seu nome dos vários inquéritos que ele está respondendo na Justiça, como corrupção nos portos, Angra 3, JBS e etc. E, além disso, abrir diálogo com seus aliados no Congresso", argumentou.

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