Bovespa cai com cenário externo e digerindo pesquisas

Por Ricardo Bomfim

São Paulo - Após uma onda de aversão ao risco derrubar o Ibovespa no pregão de ontem (15) em 3,24%, o índice abriu o pregão desta quinta-feira (16), em nova queda. Com vendas generalizadas de ativos no cenário externo e pesquisas eleitorais consideradas ruins para o candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, o índice de ações da Bovespa abriu em baixa de 1,19%, a 55.466 pontos. Destaque para a queda das ações que compõem o chamado "kit eleições" composto por estatais e bancos. Às 10h29 (horário de Brasília), o índice registra baixa de 3,13%, a 54.380 pontos.

Nesta quarta-feira (15), o Ibope e o Datafolha divulgaram pesquisas que mostram os mesmos resultados de uma semana anterior, com Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) empatados, mas o candidato tucano numericamente à frente. Apesar da manutenção do cenário, vale se atentar para o fato de que o índice de rejeição de Aécio cresceu de 34% para 38%, enquanto o da petista oscilou de 43% para 42%. Além disso, também cresceu o número de eleitores que avaliam como positivo o governo atual, de 38% para 43%.

"Acreditamos que devem prevalecer as incertezas no quadro eleitoral – com alguns números ligeiramente favoráveis a Dilma. Somado com o quadro externo bastante desfavorável para ativos de risco como um todo, esperamos movimentos nos mercados semelhantes aos de ontem. Ou seja, bolsa pressionada e juros e dólar para cima", afirma a Guide Investimentos.

Destaques

As ações da Petrobras ON e PN (PETR3;PETR4) caíam 6,31% a R$ 17,82 e 6,35% a R$ 18,87 respectivamente na abertura do pregão. Em destaque, está ainda o "fim da defasagem" dos preços de gasolina vendidos no Brasil e no exterior com a queda do preço do petróleo e as indicações de que o governo deve reajustar o preço dos combustíveis neste ano apesar disso.

No radar de abertura também estão as ações da Vale (VALE3;VALE5), que voltam a ser pressionadas pelo preço do minério de ferro. O principal produto da exportadora registrou hoje no mercado à vista chinês queda de 2,1% em relação a ontem, indo para US$ 80,5 a tonelada.

Outro destaque são as ações da Oi (OIBR4), uma vez que o conselho de administração da companhia aprovou proposta de grupamento da totalidade de ações ordinárias e preferenciais da empresa, na razão de dez para uma, conforme fato relevante divulgado na noite de quarta- feira. A proposta será submetida à assembleia geral extraordinária da companhia, que será convocada para o dia 18 de novembro, disse a Oi.

Neste início de pregão, o mercado também parece ignorar a revião do setor de papel e celulose pelo Santander. A Fibria (FIBR3) foi rebaixada de compra para underperform (desempenho abaixo com a média) pelo banco, que atribuiu para o final de 2015 um preço- alvo de R$ 18 por ação, substituindo os R$ 30 por ação ao fim de 2014. Já para a Suzano (SUZB5), o Santander indicou um novo preço-alvo de R$ 10,50 para o mesmo período, ante R$ 9,70 para o final deste ano. Apesar disso, ambas as ações tinham desempenho acima dos demais papéis às 10h29.