Bovespa sobe após defesa de Meirelles por 'ajuste fiscal completo'
Durante evento da CNI, onde o ministro Joaquim Levy também estava, o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, cotado para substituir Levy na Fazenda, defendeu que a situação atual deve ser enfrentada com "um ajuste fiscal completo"; com isso, às 15h42 o índice subia 1,87%, a 47.069 pontos; sobre assumir o cargo, Meirelles respondeu: "eu não trabalho, não penso e nem falo sobre hipóteses, eu trabalho com coisas concretas e objetivas"
Infomoney - As bolsas americanas ensaiam uma alta após um início de sessão em queda e o Ibovespa volta a subir forte na sessão desta quarta-feira (11), depois de ter amenizado fortemente no início da tarde. Além disso, o noticiário doméstico segue dando o tom da sessão, com os rumores sobre a saída do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, para a entrada de Henrique Meirelles. Cabe destacar ainda a fala de Meirelles em evento na CNI (onde Levy também estava) e que ajudou a impulsionar a Bolsa nesta tarde.
Meirelles, durante o evento, defendeu que a situação atual deve ser enfrentada com "um ajuste fiscal completo". Com isso, às 15h42 (horário de Brasília), o índice subia 1,87%, a 47.069 pontos, enquanto o dólar comercial tinha queda de 0,485%, a R$ 3,7731 na venda. O ex-presidente do BC, por sua vez, desviou-se das questões sobre se ele aceitará assumir o ministério: "eu não trabalho, não penso e nem falo sobre hipóteses, eu trabalho com coisas concretas e objetivas". Já Levy voltou a defender o ajuste fiscal e chegou a dizer que ele e Meirelles "têm grandes afinidades de pensamento".
Em dia sem muitos indicadores no Brasil, o mercado segue especulando sobre a possível saída do ministro Levy; enquanto algumas fontes negam saída do ministro, jornais relatam articulações envolvendo conversas de Henrique Meirelles com políticos, respaldadas por Lula. Meirelles é bem visto pelo mercado para seguir com ajuste e é tipo como mais politicamente habilidoso do que Levy, o que facilitaria a aprovação de medidas de ajuste fiscal no Congresso.
Porém, segundo fontes ouvidas pela Agencia Estado, a presidente Dilma Rousseff ainda está resistindo a mudança e acredita não ser hora de se fazer uma mudança na equipe econômica. Uma das exigências de Meirelles seria carta branca, indicando toda a equipe econômica, até o presidente do BC, o que não deve ser aceito por ela.
A presidente da Comissão Mista do Orçamento, senadora Rose de Freitas, afirmou que não há discussão sobre substituir Levy: "Não muda nada a mudança de nome, o remédio a ser tomado é amargo, essa discussão surge da insatisfação de alguns setores com a crise política que tem alimentado essa situação econômica". Ela afirmou que Levy, o ministro da Casa Civil Jaques Wagner e do Planejamento Nelson Barbosa foram conversar hoje com Dilma sobre o desconto do PAC na meta fiscal de 2016.
Já na Ásia, destaque para o crescimento da produção industrial da China em outubro desacelerou para 5,6% em outubro na comparação com o ano anterior, ligeiramente menor do que o ganho de 5,8% esperado por economistas em pesquisa da Reuters. Já as vendas no varejo saltaram 11% em relação ao ano passado, pouco acima da expectativa de ganho de 10,9% cento. Os números foram mistos mas, conforme aponta a Bloomberg, anima pois indica que a China mostra sinais de rebalanceamento do investimento para o consumo como motor da economia, com crescimento maior do varejo.
Enquanto isso, na Europa, o mercado esperava com ansiedade pela fala do presidente do BCE (Banco Central Europeu) Mario Draghi, mas ele desapontou ao não dar nenhuma indicação sobre os planos da autoridade monetária.
Voltando à agenda econômica nacional, foi divulgado o fluxo cambial, que ficou positivo em US$ 99 milhões entre os dias 1 e 6 de novembro.
Destaques da Bolsa
O dia é de alta para a maior parte das ações que compõem o Ibovespa, com destaque para as siderúrgicas, enquanto as ações da Vale viraram e registram leves quedas. Hoje, o minério de ferro no porto de Tianjin, na China subiu 0,6%, a US$ 48,00 a tonelada.
Por outro lado, as ações das elétricas sobem hoje, após vitória do governo. O plenário da Câmara dos Deputados aprovou, na noite desta terça-feira, a Medida Provisória (MP) 688/2015. Entre outras coisas, a proposta transfere o risco hidrológico (falta de chuvas) na geração hidrelétrica de energia ao consumidor final e prorroga contratos das usinas ou suas concessões, para compensar os prejuízos que tiveram neste ano com a geração menor. Pelo texto aprovado, as geradoras poderão agora escolher se querem assumir um risco pela energia contratada a partir de 2016.
E, seguindo o bom humor do mercado e descolando da queda dos preços do petróleo, as ações da Petrobras têm segunda alta em seis pregões nesta quarta-feira. Lá fora, no entanto, o petróleo brent caía 0,44%, a US$ 47,23 o barril. Vale ressaltar que a direção da Petrobras acredita que a greve dos petroleiros, que afeta a produção da estatal há mais de uma semana, pode terminar nos próximos dias, disse nesta quarta-feira o integrante do Conselho de Administração da estatal Segen Estefen, durante evento no Rio de Janeiro.
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