Brasil Ecodiesel dispara com possibilidade de fusão

247_O conselheiro Silvio Tini era voz contrária à incorporação da empresa agrícola Vanguarda pela Brasil Ecodiesel. Tini argumentava que a produtora de biodiesel poderia ficar com seu caixa comprometido ao ter que desembolsar, aproximadamente, R$ 1 bilhão pela nova companhia. Além disso, há um sério conflito de interesse nessa proposta: o espanhol Enrique Bañuelos é acionista majoritário das duas empresas. Mas tudo mudou na sexta-feira 1º. Tini deixou o conselho da Brasil Ecodiesel e os novos conselheiros eleitos são favoráveis à proposta de união com a Vanguarda. Na bolsa de valores, os investidores saíram às compras, a ação ECOD3 disparou e liderou os ganhos do Ibovespa na segunda-feira 4, com alta superior a 8%.

A firma posição de Silvio Tini enfureceu o investidor Bañuelos. Para enfraquecer o seu oponente no negócio Brasil Ecodiesel-Vanguarda, o espanhol passou para um de seus aliados, Helio Seibel, uma quantidade suficiente de ações para coloca-lo no Conselho. Para completar, Bañuelos convocou uma assembleia extraordinária para rever as cadeiras dos conselheiros. O objetivo era renova-las com nomes favoráveis às suas decisões. No dia 1º ele conseguiu o que queria: com presença de acionistas representando 51,68% do Capital Social, Silvio Tini deixou de ter uma posição importante na vida da Brasil Ecodiesel. Foram eleitos: José Ferraz Ferreira Filho, Joel Mendes Rennó, Marcelo Passaglia Paracchini, Juliano Leite Malara, Helio Seibel e Katia Martins Costa. “Estamos um passo mais próximos da fusão. Acredito que podemos concluir a operação em menos de 50 dias”, disse Paracchini, novo presidente do Conselho e responsável pelos interesses de Bañuelos, à Bloomberg. Caso se concretize, Brasil Ecodiesel e Vanguarda podem se transformar em um dos maiores grupos de agronegócio do País.