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Economia

Brasil perdeu R$ 3 bilhões com negócios do BNDES

Levantamento feito por especialistas, a pedido do jornal O Globo, aponta prejuzo em grandes operaes do banco estatal, comandado por Luciano Coutinho; entre os favorecidos, at Eike Batista, homem mais rico do Brasil

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247 - A malfadada operação entre o Pão de Açúcar e o Carrefour, que teria apoio de R$ 4 bilhões do BNDES, produziu um efeito colateral positivo. Fez com que a sociedade ficasse mais atenta às operações conduzidas pelo banco estatal, comandado pelo economista Luciano Coutinho. Neste domingo, uma reportagem especial, publicada pelo jornal O Globo, aponta que o banco pode ter perdido R$ 3 bilhões em operações de apoio a grandes grupos nacionais. Leia:

"RIO - Contestadas por especialistas, seis das maiores operações realizadas nos últimos anos pela BNDESPar, braço de participações do banco, dão pistas de que podem não ter sido exatamente um bom negócio. São operações que envolvem desde a polêmica capitalização da Petrobras, passando pela internacionalização de frigoríficos brasileiros, até a compra de ações de empresa do bilionário Eike Batista, um dos homens mais ricos do mundo. Levantamento do GLOBO mostra que as operações acumulam uma "perda" de R$ 3,04 bilhões em valor de mercado, considerando o montante injetado pelo banco para comprar participação societária nessas companhias a partir de 2007 em comparação ao atual valor das ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). A "perda", claro, é contábil, não se consolidou porque a BNDESPar não se desfez dos papéis.

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Maior perda da carteira, o valor investido na compra de ações da Petrobras em setembro passado, quando ocorreu a megaoferta pública, encolheu em R$ 2,37 bilhões. O braço de participações do BNDES aplicou R$ 22,41 bilhões na empresa, numa operação bombardeada por especialistas. Desde então, os papéis preferenciais (PN) da Petrobras recuam 9,76% e as ordinárias (ON, com voto) caem 11,94%.

Para bancar a compra de ações da Petrobras, o BNDES, que tem como fonte de recursos o FAT e o Tesouro, transferiu R$ 15 bilhões para a BNDESPar.

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- O governo usou riquezas do Brasil para aumentar sua participação numa empresa estatal que tem acionistas privados. É preciso se indagar se essa seria a destinação de recursos que o país precisa - avalia Mansueto de Almeida, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Duas das seis grandes operações realizadas pela BNDESPar nos últimos anos foram orientadas para internacionalizar frigoríficos brasileiros, a Marfrig e o JBS. O banco gastou R$ 715,65 milhões e R$ 1,136 bilhão, respectivamente, na compra de ações das empresas para apoiar investidas das companhias no exterior. Essas operações registram perdas de R$ 201,4 milhões, caso da Marfrig, e de R$ 377,9 milhões, no do JBS. Os resultados não consideram dividendos."

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De acordo com o jornal O Globo, o mesmo ocorreu na aquisição de papéis de empresas ligadas ao grupo EBX, de Eike Batista. Leia, abaixo, reportagem do 247, no auge das negociações entre o Pão de Açúcar e o Carrefour.

247 - O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, não tinha ideia da encrenca em que estava se metendo ao aprovar um empréstimo de R$ 4 bilhões para que o empresário Abilio Diniz, dono do Pão de Açúcar, quebrasse um acordo com seu sócio Casino e fizesse uma oferta de compra pelo Carrefour. Diante da praticamente unânime reação negativa, o banco começou a mudar seu discurso. Um dia depois de defender a internacionalização das empresas brasileiras, o BNDES declarou hoje em nota que a operação envolvendo Pão de Açúcar, Carrefour e Casino, enquadrada pela instituição, não se trata de uma oferta de caráter hostil e ressaltou que confia em um entendimento entre as partes envolvidas.

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Só que esse entendimento é, a cada dia, mais improvável. Os dois lados, Casino e Pão de Açúcar, já contrataram até criminalistas para tratar do assunto: José Carlos Dias, de um lado, e Marcio Thomaz Bastos, de outro. Além disso, a disputa já caminha para cortes internacionais de arbitragem. Isso porque o Pão de Açúcar, na prática, está quebrando um contrato com seu sócio Casino, que assumiria o controle do grupo em 2012, ao fazer a oferta pelo Carrefour.

Segundo o BNDES, a operação de renda variável, caso aprovada após "rigorosa" análise técnica e financeira, se dará por meio de instrumentos de mercado com expectativa de retorno atrativo para o banco. Na avaliação da instituição, a associação entre Pão de Açúcar e Carrefour trará benefício para todos os envolvidos.

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Na nota, o banco reiterou seu compromisso com a "estrita" observância das leis e dos contratos, baseado em "rigorosos" princípios de ética nos negócios e afirmou que "de nenhuma forma compactua com expedientes que os contrariem".

Se isso é verdade, o empréstimo não ocorrerá, uma vez que a operação contraria os acordos de acionistas do grupo Pão de Açúcar.

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