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Economia

Brasileiros poderão ter sete classes sociais

No livro "Estratificação Socioeconômica e Consumo no Brasil", dos professores Wagner A. Kamakura (Rice University) e José Afonso Mazzon (FEA-USP), os brasileiros são divididos da classe 1, os muito ricos, à 7, aqueles "pobres" ou "muito pobres"; novo modelo passará a ser usado pela Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP) como novo "Critério Brasil" a partir de 2014

No livro "Estratificação Socioeconômica e Consumo no Brasil", dos professores Wagner A. Kamakura (Rice University) e José Afonso Mazzon (FEA-USP), os brasileiros são divididos da classe 1, os muito ricos, à 7, aqueles "pobres" ou "muito pobres"; novo modelo passará a ser usado pela Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP) como novo "Critério Brasil" a partir de 2014 (Foto: Gisele Federicce)
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247 - No livro "Estratificação Socioeconômica e Consumo no Brasil", lançado ontem na livraria da Vila do Shopping JK, em São Paulo, autoria dos professores Wagner A. Kamakura (Rice University) e José Afonso Mazzon (FEA-USP), os brasileiros são classificados em sete classes sociais, que vão desde a 1, os muito ricos, à 7, aqueles "pobres" ou "muito pobres".

A obra será usada para fins de segmentação de mercado e audiência e foi feita em estreita colaboração com a Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP), que passará a utilizar o modelo como novo "Critério Brasil" a partir de 1° de janeiro de 2014.

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Dentre as principais diferenças do modelo de Kamakura e Mazzon para o critério utilizado atualmente estão a interferência na de vários fatores no fator renda. Entre eles, saber se é renda permanente ou não, a informações sobre a composição familiar, o porte dos municípios e da região onde estão localizados que servirão de parâmetros para a segmentação e comparação entre os padrões de consumo dos brasileiros.

O novo "Critério Brasil" leva em conta os dados dos 62 mil domicílios avaliados pela Pesquisa de Orçamentos Familiares do IBGE em todo o País.

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O indicador atual cobre apenas nove grandes regiões metropolitanas (Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Distrito Federal, Salvador, Recife e Fortaleza), utilizando a mesma amostragem do levantamento socioeconômico do Ibope, que agrega 11 mil domicílios.

A nova proposta aumenta o número de brasileiros no grupo considerado pobre e extremamente pobre, parcela da população chamada atualmente de classe E. Há um salto de 13,94 milhões de brasileiros (7,3%) para 29,6 milhões (15,5%) enquanto a atual classe D recua de 62,6 milhões de pessoas (32,9%) para 42,9 milhões (22,5%).

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O critério da Abep já é usado por empresas e agências de publicidade para formular suas estratégias.

Para desenvolver o novo modelo, os autores propõem o conceito de "renda permanente", que seria mais importante do que a "renda corrente" — que é flutuante. Isso porque a população tenta manter o mesmo padrão de consumo ao longo do tempo, mesmo que temporariamente sofra mudança drástica na renda corrente.

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Neste cenário, passa a utilizar a poupança, créditos ou outros investimentos para manter o mesmo padrão. Na atual classificação, utilizada pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), o critério é o da "renda corrente".

Outra mudança é a diferenciação das classes sociais no território brasileiro. É ajustado pela composição familiar e pela geografia (região geográfica e localização do domicílio).

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"Este sistema é inovador. Nenhum critério oficial de classificação socioeconômica no mundo utiliza região e local de residência e nem faz a correção por composição familiar. Uma família com renda de R$ 2.000 em São Paulo terá grandes desafios para se sustentar, enquanto este valor no interior da Amazônia já dá certo conforto", afirmou Mazzon, ao jornal O Globo.

Ao todo, são consideradas 35 variáveis: de natureza geográfica, demográfica, cultural, além da aquisição de bens, itens e acesso a serviços essenciais de conforto doméstico e da rede pública. Os dados da Pesquisa Orçamento Familiar (POF) também foram utilizados no projeto.

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No modelo atual, há uma grande dispersão quando o quesito analisado dentro da mesma classe social é a renda.

No topo da pirâmide brasileira (A1), cuja renda média é de R$ 12 mil, há famílias com renda total de R$ 9.000 ao mês até quem recebe mais de R$ 1 milhão.

Quando um pesquisador pergunta a renda, é apenas para fins estatísticos. Na realidade, governos, empresas e outras instituições levam muito mais em consideração a quantidade de bens, grau de instrução e acesso a serviços para classificar um indivíduo em determinado estrato social.

"Não tem muita saída quando se analisa do ponto de vista de renda. Estas distorções vão ocorrer. É por isso que a nova classe média, por exemplo, está classificada como classe média, mas sua renda efetiva é muito baixa", analisa Fernando de Holanda Barbosa Filho, professor de economia da Fundação Getulio Vargas (FGV)

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