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Economia

Buscas no Google refletem preocupação do brasileiro com o bolso

Relatório da plataforma aponta para grande quantidade de buscas por "vagas", "salário mínimo", "inflação", "fome" e "empréstimo", entre outros assuntos

Paulo Guedes e Jair Bolsonaro (Foto: Reuters/Adriano Machado | ABr | Pixabay)
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Por Guilherme Levorato, 247 - Diante da crise econômica global decorrente da pandemia de Covid-19 e da guerra entre Rússia e Ucrânia, e com a situação agravada no Brasil pelo governo Jair Bolsonaro (PL), a preocupação dos brasileiros com o aspecto financeiro está refletida nas buscas no Google.

Relatório divulgado pela plataforma mostra um alto interesse pelos termos "vagas", "salário mínimo", "inflação" e "empréstimo", por exemplo. Os dados apresentados no relatório são "normalizados", ou seja, "quando olhamos para o interesse de busca em um determinado tema ao longo do tempo, estamos olhando para aquele interesse como uma proporção de todas as buscas em todos os tópicos pesquisados no Google naquele local, naquele momento. Quando olhamos para o interesse regional ao longo do tempo, estamos olhando para o interesse de busca — naquele tópico na região escolhida — como uma proporção de todas as buscas em todos os tópicos no Google, naquele mesmo local e período de tempo. Essa normalização é muito importante: o número de pessoas buscando no Google muda constantemente — em 2004, o volume de buscas era muito menor do que ele é hoje, então números brutos não permitiriam comparação entre passado e presente. Ao normalizar nossos dados, podemos extrair insights mais profundos: comparar períodos de tempo diferentes, países distintos e até mesmo cidades diferentes".

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"Vagas"

"Os usuários da busca do Google procuram por vagas de emprego e informações para se prepararem para o mercado de trabalho. Vagas é a palavra mais pesquisada no tema emprego tanto nos primeiros meses de 2022 quanto desde o início da série histórica, em 2004. Em abril de 2022, a taxa de desemprego no Brasil estava em 9,4%, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Além disso, a pesquisa mostrou que a maior parte das vagas criadas está nos segmentos informais e que o país tinha 6,4 milhões de pessoas subocupadas e 4,2 milhões de pessoas desalentadas", destaca o documento.

"Salário mínimo" e "aposentadoria"

Assim como as buscas por "salário mínimo", os brasileiros também demonstram cada vez mais interesse por "aposentadoria". "As consultas por salário mínimo já chegaram em 2022 ao maior nível da série histórica para o período de janeiro a junho. Em apenas um ano, a alta no interesse de busca foi de 40%. No ranking mundial, o Brasil ocupa a quarta posição entre os países com mais interesse pelo assunto, atrás apenas de Turquia, Colômbia e Paraguai. Atualmente, o salário mínimo é de R$ 1.212. O interesse por aposentadoria também tem aumentado. A variação foi de +65% na comparação do primeiro semestre de 2022 com o de 2012, dez anos atrás. A consulta décimo terceiro dos aposentados, uma das mais frequentes, ficou sete vezes maior".

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"Como ganhar..."

O mercado de trabalho informal se tornou um grande atrativo para a população desempregada, dada a dificuldade de encontrar vagas de trabalho com carteira assinada. Como resultado, as buscas por "como ganhar" dinheiro com aplicativos ou redes sociais também cresceram. "Quem busca por 'como ganhar…' com frequência pesquisa também por 'na internet' ou pelo nome da rede social. A busca por '... para ganhar dinheiro' é muito pesquisada ao lado de palavras como aplicativo, site, jogos, simpatia e ideias. A pergunta 'o que vender para ganhar dinheiro' bateu recorde em 2021. Em 10 anos, as buscas subiram 70% na comparação do primeiro semestre de 2022 ante o mesmo período de 2012".

"Inflação"

Os brasileiros também procuram compreender a causa dos elevados preços dos produtos nos supermercados, sugere o relatório. "No Brasil, o interesse de busca por inflação alcançou em 2022 o terceiro maior patamar desde o início da série histórica do Google, em 2004, para o primeiro semestre. Os anos com mais pesquisas foram 2004 e 2005. A alta é de 70% na comparação do primeiro semestre deste ano com o mesmo período de 2021, que também havia registrado crescimento no assunto. No mundo, o assunto bateu recorde em 2022".

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"Entre as palavras mais buscadas na pergunta 'por que a/o … está tão cara/caro', destacam-se termos ligados aos combustíveis e também aos alimentos. Quatro das seis palavras mais buscadas são combustíveis. A cenoura e a carne são os primeiros itens alimentícios a aparecerem no ranking", complementa.

"Fome"

O mais cruel retrato da economia fraca e da pobreza é a fome, e o assunto também é alvo de pesquisas. "No Brasil, o interesse pelo tópico fome chegou em 2021 ao maior índice dos últimos cinco anos. Nesse período, o pico mensal de pesquisas ocorreu logo no começo da pandemia, em março de 2020. Já as buscas por cesta básica aumentaram quatro vezes na comparação de 2020 com 2019. O interesse pelo assunto continuou alto nos anos seguintes".

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"Empréstimo"

Mais uma face do empobrecimento do povo são as buscas por "empréstimo": "os brasileiros estão pesquisando como nunca por empréstimo no Google. É o que aponta nosso levantamento com os dados do primeiro semestre de cada ano no Brasil. As buscas por empréstimo bateram recorde em 2022 e foram 40% maiores que no mesmo período de 2021. Em 10 anos, as pesquisas sobre o assunto triplicaram. Quatro em cada cinco famílias (77,7%) fecharam o mês de junho com alguma dívida, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo. O endividamento foi puxado pelo cartão de crédito, segundo o levantamento. As buscas no Google por cartão de crédito bateram recorde em 2021. Na comparação dos semestres, a alta é de 210% em 10 anos. O interesse por score (nota de crédito) também disparou - as pesquisas cresceram 22 vezes no período".

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