Carrefour vai se separar da rede Dia

Roberta Namour, correspondente 247 em Paris _ O Carrefour vai se separar da sua divisão de descontos, a rede Dia. A decisão foi tomada hoje em uma Assembleia Geral que contou com a presença de 77% dos acionistas. O diretor financeiro do grupo, Pierre Bouchut, declarou que a valorização da ação do Dia deverá chegar a um nível superior a 4 euros por ação. Os sindicatos protestaram contra a separação, com uma manifestação na Place do Palais Royal, em Paris, porque não querem ver o grupo se desmantelar. Na mesma reunião, o presidente do conselho de administração do Carrefour, Amaury de Sèze, sugeriu que o atual diretor do grupo, Lars Olofsson, acumule as funções de presidente e de diretor geral.

Os principais acionistas do Carrefour, o fundo Colony Capital e o empresário Bernard Arnault (participação de 14% do capital e 20% dos direitos de votos entre eles), são considerados os responsáveis pela divisão para compensar a perda do seu investimento - os empregados detêm cerca de 1% do capital e 1,76% dos direitos de voto. Desde a entrada deles no capital do número dois mundial da distribuição, em março de 2007, o valor do Carrefour despencou pela metade. O preço das ações caiu 35% desde o outono europeu.

"O Carrefour está no caminho certo e avança na boa direção", afirmou Lars Olofsson. No mesmo momento do lançamento dos hipermercados Planet, os acionistas ouviram falar recentemente da mudança do diretor na França, de tensões sociais, de suspensão do projeto de separação do Carrefour Property, enquanto a ação despenca. "Assim como vocês, eu não estou satisfeito", diz ele aos acionistas. "Vocês são impacientes, acham que as coisas não vão rápido o suficiente, e que os resultados não estão a altura de suas expectativas. Eu entendo", acrescentou Amaury de Sèze. Segundo ele, quando se modifica tão profundamente uma estrutura grande como a do Carrefour, nada se faz rápido. "É necessário fazer ajustes as vezes dolorosos, que vão durar três anos".