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Centro-Oeste acelera PIB do Brasil em 2025

O principal motor desse desempenho será o agronegócio, impulsionado por uma safra recorde de grãos.

Soja 12/07/2024 (Foto: REUTERS/Cesar Olmedo)

247 - Enquanto a economia brasileira caminha para uma desaceleração em 2025, a região Centro-Oeste deve seguir na contramão e registrar a maior taxa de crescimento do País. Segundo um estudo da consultoria Tendências, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal devem avançar 2,8% neste ano, acima dos 2% projetados para o Brasil como um todo. A informação foi divulgada pelo jornal O Estado de S. Paulo.

O principal motor desse desempenho será o agronegócio, impulsionado por uma safra recorde de grãos. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que a produção agrícola da temporada 2024/2025 alcance 322,25 milhões de toneladas, um aumento de 8,1% em relação ao ciclo anterior. "O Centro-Oeste tem um cenário mais positivo para 2025, principalmente por causa do agro, que deve ter uma recuperação", afirma Camila Saito, economista e sócia da Tendências Consultoria.

A recuperação do setor acontece após uma safra fraca em 2023/2024, quando a produção caiu para 298 milhões de toneladas, afetada pelo fenômeno climático El Niño. O milho e a soja, culturas de grande peso na renda agropecuária da região, foram as mais prejudicadas. "São culturas com um peso muito alto na renda agropecuária de toda a região. Isso afetou bastante o desempenho da economia", explica Camila. Como consequência, o Produto Interno Bruto (PIB) agropecuário do Centro-Oeste encolheu 6,1% no ano passado. Em 2025, a expectativa é de uma alta de 6%, impulsionada também pelo bom desempenho da pecuária, especialmente da carne bovina. "A queda só não foi maior porque alguns produtos foram bem e limitaram esse recuo, como a pecuária, principalmente da carne bovina, que registrou uma alta importante em 2024", diz a economista.

Com essa recuperação, o Centro-Oeste pode retomar o posto de região de maior crescimento econômico do Brasil, posição que ocupou em 2022 e 2023, quando registrou avanços de 5,9% e 4,9%, respectivamente. Entre os Estados, Mato Grosso do Sul (4,4%) e Mato Grosso (3,7%) devem liderar o crescimento regional.

Enquanto isso, o restante do Brasil deve enfrentar uma desaceleração econômica. Segundo o relatório Focus, do Banco Central, o crescimento do PIB nacional pode cair de 3,5% em 2024 para cerca de 2% em 2025. O aumento da taxa básica de juros, atualmente em 13,25%, e a redução do impulso fiscal são fatores que devem contribuir para essa queda.

Além do impacto direto na produção agrícola, o crescimento do Centro-Oeste também se reflete em outros setores da economia. O potencial de consumo da região atingiu R$ 660 bilhões em 2024, representando 9,02% da participação nacional, segundo a pesquisa IPC Maps. Esse número demonstra uma evolução significativa em relação a 2015, quando a participação era de 8,39%, com um consumo estimado em R$ 313 bilhões. "Nesse período, o Centro-Oeste registrou um crescimento real. Foi a primeira vez que a região ultrapassou o patamar de 9%", destaca Marcos Pazzini, sócio da IPC Marketing Editora.

No setor imobiliário, os efeitos do crescimento econômico também são perceptíveis. Goiânia, por exemplo, se destacou no Índice de Demanda Imobiliária, ocupando o quarto lugar na procura por imóveis de padrão econômico (entre R$ 115 mil e R$ 575 mil), a primeira posição para imóveis de padrão médio (de R$ 575 mil a R$ 811 mil) e a segunda colocação na categoria de alto padrão (acima de R$ 811 mil).

Com a força do agronegócio e seus impactos em diferentes setores, o Centro-Oeste se consolida como um dos principais motores da economia nacional. O desafio agora é sustentar esse crescimento e garantir que os benefícios cheguem a toda a população da região.

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