Com aviões no chão e quarentena global, petróleo cai abaixo de zero pela primeira vez na história

Preços negativos podem afetar duramente a Petrobrás e a produção no pré-sal, assim como os municípios e estados que recebem royalties do petróleo

Barris de petróleo
Barris de petróleo (Foto: Reuters)


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Por Anderson Figo, do Infomoney - O contrato do barril de petróleo americano WTI para maio, que vence nesta terça-feira (21), recua mais de 100% e é negociado a um preço negativo.

Segundo analistas, o movimento reflete a percepção do mercado de que o corte de 9,7 milhões de barris diários anunciados semana passada pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) não será suficiente para fazer frente à queda na demanda global por conta dos impactos econômicos do coronavírus, de cerca de 30%.

“O preço negativo mostra que os produtores estão dispostos a pagar para ter seu petróleo estocado, num momento em que há uma grande oferta e uma demanda baixa”, explica Gabriel Fonseca, analista da XP Investimentos especializado em petróleo.

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A Administração de Informações sobre Energia dos Estados Unidos informou que as reservas de petróleo subiram 19,25 milhões de barris na semana passada.

Assim, como o vencimento do contrato de barril de WTI para entrega em maio termina amanhã, aqueles investidores que o assinaram têm de encontrar compradores físicos — uma tarefa quase impossível no atual cenário se não abaixarem os preços.

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Os operadores de contratos futuros geralmente conseguem passar com tranquilidade do contrato vencido para o próximo, mas dessa vez estão encontrando poucos compradores dispostos a receber os barris do vencimento maio.

A corrida para se desfazer dos papéis a qualquer custo gerou o crash no preço observado hoje. Às 15h32 (de Brasília), o contrato WTI para maio caía 162,51%, para US$ 11,42 negativos.

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Já o contrato para junho tinha queda de 15,98%, para US$ 21,03. Enquanto o contrato mais negociado do petróleo tipo Brent, que opera em Londres e tem vencimento em junho, recuava 8,83%, para US$ 25,60.

Segundo Gabriel Fonseca, é importante ressaltar a diferença entre o horizonte dos contratos futuros. Para se planejar, as empresas costumam mirar a curva mais longa do petróleo, para seis, doze ou dezoito meses. Nesses prazos, espera-se que a situação do mercado de petróleo esteja estabilizada.

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“A lei da oferta e da demanda deveria agir e levar produtores a fecharem poços, de modo a reduzir a oferta, o que equilibraria os preços”, diz o analista. “É importante notar que a negociação dos contratos de junho do Brent e do WTI está normal. Não há a disfunção do contrato mais curto”, o que indica que os investidores acreditam que a situação vai voltar a normal.

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