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Economia

Comissão de Ética joga bomba no colo do BB

Por unanimidade, o rgo que apura desvios de conduta na administrao pblica arquivou o caso relacionado ao ex-vice-presidente do banco, Allan Toledo; agora, o presidente da instituio, Aldemir Bendine, ter que explicar por que o BB quebrou seu sigilo bancrio e tentou destruir sua reputao

Comissão de Ética joga bomba no colo do BB (Foto: Divulgação)
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247 – Uma decisão da Comissão de Ética da Presidência da República, tomada nesta terça-feira 17, cria um problema e tanto para a atual administração do Banco do Brasil. O órgão, que apura desvios de conduta na administração pública, decidiu arquivar, por unanimidade, o caso relacionado ao ex-vice-presidente do Banco do Brasil, Allan Toledo. Relatado por Américo Lacombe, a comissão concluiu pela “inexistência de indícios suficientes de conduta contrária aos ditames de conduta da alta administração federal”. Para quem não se lembra, Toledo foi acusado na manchete principal da Folha de S. Paulo, no dia 29 de fevereiro deste ano, de receber em sua conta bancária depósitos de origem duvidosa – cerca de R$ 1 milhão. No mesmo dia, reportagem do 247 apontou que a única ilicitude era a quebra do sigilo bancário do executivo (leia mais aqui). E que os depósitos diziam respeito à venda, em janeiro de 2011, do imóvel de uma aposentada, chamada Liu Mara Zerey, que também teve seu sigilo quebrado pelo Banco do Brasil. Liu Mara tinha câncer em estágio avançado e Allan Toledo era seu herdeiro universal. A casa foi vendida por valor de mercado e, como rescaldo do “escândalo”, havia dois novos “Francenildos” na praça.

Em tese, a administração atual do Banco do Brasil deveria comemorar a decisão da Comissão de Ética da Presidência da República, por provar que um dos vice-presidentes mais importantes do banco não havia se metido em ilegalidades. Ocorre que, em meio a uma disputa insana de poder na instituição, o comando do BB fez de tudo para arruinar a carreira de seu próprio ex-vice-presidente, que ingressou no banco como office-boy e serviu à instituição durante 30 anos. Detalhe: Toledo, que era o vice-presidente da área de pessoa jurídica, deixou o banco de forma amigável, recebeu todas as indenizações devidas e estava pronto para assumir um cargo importante na iniciativa privada. Foi atacado porque uma ala do banco, comandada pelo vice-presidente Ricardo Oliveira, tentou atribuir a ele a autoria de uma reportagem publicada na revista Época, que questionava a compra do Banco Postal.

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Assim que Allan Toledo e Liu Mara Zerey tiveram seus dados bancários expostos na Folha de S. Paulo, o governo tomou duas providências. Encaminhou o caso à Comissão de Ética, no processo ora arquivado, e também determinou a abertura de uma sindicância no BB para apurar como se deu a quebra de sigilo bancário. A presidente Dilma também havia tomado a decisão de demitir o vice-presidente Ricardo Oliveira, mas, há uma semana, ele escapou da degola quando, na reunião do Conselho de Administração, representantes do banco argumentaram que a auditoria interna concluiu não ter havido quebra de sigilo. Uma impossibilidade lógica, uma vez que os dados foram expostos publicamente na imprensa. Procurado pela reportagem 247, o Banco do Brasil evitou fornecer o resultado da auditoria interna e também se negou a soltar uma nota oficial sobre o caso. Na prática, a conclusão da auditoria interna era uma posição “em off”.

Caso de polícia

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O caso, no entanto, não está restrito às fronteiras do BB. Tanto Allan Toledo quanto Liu Mara Zerey representaram junto ao Ministério Público para que a quebra de sigilo seja investigada na esfera criminal. Os advogados, José Roberto e Guilherme Batochio, receberam inclusive informações internas do próprio banco indicando os nomes de funcionários que teriam acessado as contas e que seriam subordinados à vice-presidência de Segurança do Banco do Brasil – uma área que deveria cuidar da privacidade dos clientes.

De acordo com a auditoria informal do BB, não documentada, os acessos às contas foram realizados por pessoas que tinham o dever de fazê-lo. Mas não é bem assim. O imóvel foi vendido em janeiro de 2011, sem que nenhuma comunicação fosse feita ao Coaf, órgão do Ministério da Fazenda que investiga lavagem de dinheiro. Os acessos às contas bancárias ocorreram mais de um ano depois, apenas porque havia uma guerra de poder entre o BB e a Previ, o fundo de pensão dos funcionários do banco.

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Reportagem do 247, depois repercutida por diversos outros veículos apontou o vice-presidente Ricardo Oliveira (leia mais aqui), como o responsável pela central de intrigas e dossiês da instituição. Mas ele ainda conta com o apoio de figuras graduadas do PT, como o ministro Gilberto Carvalho e o deputado Paulo Teixeira. Por isso, há a possibilidade de que seja deslocado para a Visa Vale, uma subsidiária do BB.

Além do processo criminal, Toledo estuda também entrar com ação indenizatória contra a casa à qual serviu durante 30 anos.

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