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Economia

Conflito de interesses: no comando do BC, Roberto Campos Neto teve offshores remuneradas pela taxa de juros brasileira

"O cara manteve juros altos para seguir lucrando às custas do povo", protesta Lindbergh Farias. Campos Neto "não pode decidir a política de juros do Brasil", diz Gleisi

Roberto Campos Neto (Foto: Pedro França/Agência Senado)
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247 - A equipe econômica do governo Lula (PT) estima que 62 mil brasileiros detenham R$ 1,5 trilhão em fundos e offshores. Na média, cada um destes teria R$ 24 milhões. Entre eles está o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, indicado para assumir o posto por Jair Bolsonaro (PL). Como a autarquia é hoje autônoma, o presidente do BC tem mandato e não pode ser demitido.

Segundo revela a CartaCapital nesta sexta-feira (27), Campos Neto esteve à frente da gestão de quatro offshores por 15 meses durante sua presidência no BC: Peacock Asset, COR Asset, ROCN e Darling Corp. Elas estão localizadas nas Bahamas e nas Ilhas Virgens, paraísos fiscais. 

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O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), critico à gestão de Campos Neto, acusa o presidente do BC de 'manter juros altos para seguir lucrando às custas do Brasil'. O governo travou uma luta hercúlea no início do ano para que o Banco Central passasse a reduzir a taxa de juros, que à época estava estagnada em 13,75%. "A Carta Capital traz uma longa reportagem sobre Roberto Campos Neto e suas offshores e fundos exclusivos. Quando questionei se ele tinha fundos exclusivos remunerados pela Selic ou IPCA ele se calou na Câmara. Ali eu já sabia que ele tinha fundos exclusivos, ou seja, suas decisões no BC fazem ele ganhar mais ou menos dinheiro no mercado financeiro. Agora, Carta Capital revela que esses fundos eram, sim, remunerados pela Selic. Terá que responder sobre tudo isso na Comissão de Ética, em processo que nós entramos. O cara manteve juros altos para seguir lucrando às custas do Brasil e do povo brasileiro. Inaceitável!", publicou o parlamentar.

A presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), também protestou em postagem no X, antigo Twitter. "O curioso caso do presidente banqueiro do BC que tem grana nos fundos exclusivos e offshores e agora vai ser taxado. O mais curioso ainda é que Campos Neto está sendo investigado por assumir o BC e ficar por 15 meses na gestão dos seus quatro offshores - o que é proibido. Vai também ter que responder a mais um processo a pedido do companheiro Lindbergh Farias por conflito de interesses. Campos Neto tem fundo exclusivo que é afetado por decisões do banco como a definição dos juros. Presidente do BC que usa essas aplicações, burla IR [Imposto de Renda] e ganha com a alta do dólar e da Selic, não pode decidir a política de juros do Brasil".

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