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    Coutinho: aposta errada em Eike não foi só do BNDES

    Embora tenha emprestado R$ 10,4 bilhões ao empresário Eike Batista, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, diz, em entrevista, que a exposição do banco público ao grupo EBX é muito pequena; ele afirma ainda que "a aposta foi compartilhada por todo o mercado" e que o empresário tem ativos para pagar suas dívidas; "quem estiver apostando no caos vai se frustrar", diz ele

    Coutinho: aposta errada em Eike não foi só do BNDES

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    247 - O economista Luciano Coutinho, que preside o BNDES, tem um argumento para se isentar de responsabilidade pela concessão de empréstimos de R$ 10,4 bilhões ao cada vez mais problemático empresário Eike Batista, do grupo EBX. "Foi uma expectativa compartilhada por todo o mercado em um conjunto de projetos – a maioria meritórios e consistentes", disse ele, em entrevista aos jornalistas Valdo Cruz e Raquel Landim, da Folha de S. Paulo, que será publicada neste domingo.

    Embora o volume de empréstimos do BNDES seja significativo, ele afirma que a exposição do banco ao risco de um eventual calote de Eike é "baixíssima". "A exposição está concentrada nos ativos de alta qualidade do grupo, principalmente na MPX [empresa de energia térmica], que já mudou de controlador e hoje é uma empresa sob liderança alemã [a companhia foi vendida para a E.ON.]. Outro ativo de maior exposição dos bancos é a MMX, que também é cobiçada publicamente. A exposição direta do BNDES ao grupo é pequena.

    Segundo ele, ainda que haja uma eventual reestruturação das dívidas, Eike tem ativos para pagá-las. "O conjunto de ativos gerados é suficiente para equacionar financeiramente e patriomonialmente o grupo e propiciar uma saída organizada. Quem estiver apostando no caos vai se frustrar", afirma. Ao todo, a dívida das empresas ligadas a Eike é próxima a R$ 21 bilhões e o mercado especula sobre um eventual calote.

    Além da EBX, o BNDES também vem sendo questionado pela estratégia de apoiar os chamados "campeões nacionais", que têm apresentado resultados decepcionantes. Foi o caso da LBR (Lácteos Brasil), criada para ser a maior empresa de laticínios do Brasil, mas entrou em concordata.

    No grupo EBX, a crise de confiança foi deflagrada depois que a OGX, empresa de petróleo, anunciou que encerraria a produção em alguns dos seus campos. As ações das empresas do grupo tiveram quedas superiores a 90% nos últimos doze meses.

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