TV 247 logo
      HOME > Economia

      Coutinho defende transparência do BNDES

      "Nos últimos meses, tentou-se fazer crer que o BNDES é uma caixa-preta, sem que se fosse dada a devida atenção às razões do banco. Exemplo disso foi usar a obrigação legal do sigilo bancário como suposto sinal de falta de transparência", diz o economista Luciano Coutinho, presidente do BNDES; "Sigilo é imposição de lei complementar válida para todo sistema financeiro. Não cabe à instituição decidir se fornece ou não informações sensíveis de seus clientes privados, tais como, avaliação de risco de crédito, situação financeira, estratégia comercial e de negócios"

      Data: 18/01/2012 Editoria: Brasil Reporter: Marcelo Mota Local: Rio de Janeiro, RJ Pauta: Coletiva BNDES Setor: financiamento Personagem: Luciano Coutinho, Presidente do BNDES, fotografado no BNDES, Centro, RJ. Tags: coutinho, bndes, banco, fina (Foto: Leonardo Attuch)
      Leonardo Attuch avatar
      Conteúdo postado por:

      247 – Em artigo publicado neste domingo, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, defendeu a política de transparência do banco e criticou a tentativa de se "fazer crer que o BNDES é uma caixa-preta". Segundo ele, a abertura de informações está condicionada ao sigilo bancário, que rege todo o sistema financeiro. Leia abaixo:

      BNDES transparente

      Por Luciano Coutinho

      O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), fundado em 1952, reconhecidamente contribui para o desenvolvimento brasileiro. Principal financiador de longo prazo, o banco tem sido um esteio para os investimentos em energia, infraestrutura, logística, indústria, agronegócios e, recentemente, serviços e inovação.

      Promover um debate sobre as ações do banco é sempre proveitoso. Melhor ainda quando é feito com honestidade intelectual.

      Nos últimos meses, tentou-se fazer crer que o BNDES é uma caixa-preta, sem que se fosse dada a devida atenção às razões do banco. Exemplo disso foi usar a obrigação legal do sigilo bancário como suposto sinal de falta de transparência.

      Sigilo é imposição de lei complementar válida para todo sistema financeiro. Não cabe à instituição decidir se fornece ou não informações sensíveis de seus clientes privados, tais como, avaliação de risco de crédito, situação financeira, estratégia comercial e de negócios.

      Uma pessoa que contrate, por exemplo, financiamento com um banco público ou privado para aquisição da casa própria --com dinheiro público e subsidiado-- não pode ter sua intimidade financeira devassada sem motivação legal. O mesmo se aplica a uma empresa.

      Mas as instituições financeiras, o BNDES incluído, abrem essas informações aos órgãos que têm mandato de supervisão e que também têm a obrigação de resguardar o sigilo.

      São eles o Banco Central, a Comissão de Valores Mobiliários e --agora, no caso do BNDES, por decisão do STF-- o Tribunal de Contas da União. Tendo amparo legal, o banco nunca deixou de abrir informações e de se submeter às auditorias dos órgãos de controle.

      Transparência é um imperativo republicano. No BNDES, essa é a regra e um objetivo constantemente aprimorado. Em 2008, a instituição passou a disponibilizar na internet informações sobre as suas operações: o nome do cliente, seu setor de atividade, os objetivos do projeto e o valor contratado.

      Esse já era um nível de transparência inédito para bancos brasileiros e que tinha poucos correspondentes entre os bancos de fomento mundo afora.

      Isso foi substancialmente ampliado na semana passada. No portal do banco, passou também a disponibilizar as taxas de juros, os prazos de pagamento e as garantias das operações. Uma nova ferramenta foi implantada para facilitar o manuseio das informações.

      Essa abertura foi estendida aos créditos para exportação de bens e serviços brasileiros a obras no exterior, o que torna o BNDES a instituição mais transparente do mundo entre aquelas que apoiam exportações.

      A abertura também valerá para os financiamentos a Angola e Cuba, pois, por iniciativa do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, as operações com tais países perderam o selo de secreto.

      Vale lembrar que os desembolsos às exportações são feitos em reais e utilizados na aquisição de bens e serviços feitos no Brasil, aqui gerando emprego, renda e divisas, no marco de uma política criada há duas décadas para apoiar atividades de alto valor agregado.

      Nos projetos de exportação de serviços e engenharia, quase 3.000 pequenas empresas são fornecedoras nessa cadeia. As condições de financiamento ao importador são comparáveis àquelas praticadas internacionalmente.

      No nosso caso, obedecem a critérios apurados de avaliação de risco e constituição de garantias, sempre por meio de decisões colegiadas. A inadimplência é nula.

      Em razão de seu compromisso ético e governança rigorosa, o BNDES é uma instituição sólida, que seguirá contribuindo para o enfrentamento dos grandes desafios brasileiros: sustentabilidade ambiental, infraestrutura, inovação, inclusão social e crédito para empresas de menor porte.

      É muito bem-vindo o debate sobre sua contribuição ao desenvolvimento do Brasil.

      * Luciano Coutinho é economista e presidente do BNDES

      ❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com redacao@brasil247.com.br.

      ✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.

      Rumo ao tri: Brasil 247 concorre ao Prêmio iBest 2025 e jornalistas da equipe também disputam categorias

      Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

      Cortes 247