CPI da Americanas aprova convites para depoimentos do ex-CEO e do presidente da CVM

247 - A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada para investigar possíveis fraudes no caso da Americanas realizou uma reunião nesta terça-feira (30) para votar requerimentos relacionados a convites para depoimentos e solicitações de informações. Ao todo, 24 pedidos de deputados foram aprovados, incluindo a convocação de figuras importantes do mercado financeiro, informa o e-investidor, do Estado de S. Paulo. Um dos requerimentos aprovados envolveu o convite aos sócios da KPMG e da PwC para prestar esclarecimentos. Essas auditoras foram responsáveis pela análise das demonstrações financeiras da varejista entre os anos de 2016 e 2022.

Além disso, a CPI aprovou o convite para ouvir Miguel Gutierrez, ex-CEO da Americanas, que ocupou o cargo por 20 anos. A comissão pretende que o executivo aborde não apenas as inconsistências contábeis encontradas, mas também a transferência de imóveis em seu nome durante sua saída da empresa. Os pedidos para ouvir o presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), João Pedro Nascimento, assim como representantes da B3 e do Ministério Público de São Paulo, também foram aprovados. É importante ressaltar que todos serão convidados, e não convocados. No entanto, o presidente da CPI, Gustinho Ribeiro (Republicanos-SE), afirmou que tomará medidas caso os convites sejam recusados.

"Caso os que foram convidados se neguem a comparecer aqui nesta CPI, esta presidência tem o compromisso com o povo brasileiro e com o país. Sendo deliberado pelo plenário, os que não vierem atendendo ao pedido, serão convocados sim", declarou o deputado durante a sessão. Ele acrescentou: "o nosso objetivo é investigar e punir aqueles que praticaram crimes, sejam eles quem forem, 3G, 10G, 30G", fazendo referência ao trio de acionistas de referência da empresa - Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira.

Ainda não foram votados os requerimentos que convidam os bilionários mencionados a prestar esclarecimentos, bem como os que envolvem Sérgio Rial, ex-CEO da Americanas, responsável por anunciar o déficit contábil da empresa, e outros funcionários de alto escalão. Os requerimentos que convidavam os presidentes dos bancos credores da Americanas para prestar esclarecimentos sobre o montante total de recursos disponibilizados pela empresa foram retirados de pauta. Um deles solicitava a presença de Aloizio Mercadante, presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), mas o banco esclareceu posteriormente que não está mais na lista de credores da varejista, pois recebeu o valor devido por meio da execução do seguro-fiança.

Além disso, a CPI aprovou a contratação de um assessor externo especializado em mercado de capitais e recuperação judicial para auxiliar nos trabalhos da comissão. O nome indicado é Roberto Lincoln de Sousa Gomes Júnior, Doutor em Direito Comercial pela Universidade de São Paulo (USP). Os deputados devem decidir, em uma reunião administrativa, quem serão os primeiros convidados a prestar depoimento na CPI. Segundo Gustinho Ribeiro, as primeiras pessoas devem ser ouvidas na próxima sessão da comissão, marcada para o dia 6 de junho.