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CTB diz que renda per capita brasileira de 2013 só com sorte será resgatada em 2030

A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil publica em seu site artigo afirmando que renda per capita brasileira de 2013 só será resgatada em 2030, mesmo assim com muita sorte

CTB diz que renda per capita brasileira de 2013 só com sorte será resgatada em 2030 (Foto: Paulo Emílio)

247 - Embora aparentemente vigoroso, o crescimento econômico de 7,7% no terceiro trimestre decepcionou os observadores e não foi suficiente para repor as perdas registradas durante o primeiro semestre. O PIB deve terminar o ano com um declínio superior a 4% e com a taxa de desemprego aberto próxima de 17%, a julgar pela previsão dos economistas.

A recessão de 2020 deve reduzir o PIB per capita brasileiro de tal forma que o retorno ao nível de 2019 deve ocorrer apenas em 2023, segundo estimativas de estudo realizado pelo Ibre/FGV. Os estragos acumulados nos últimos anos são ainda maiores. A renda per capita alcançada em 2013 só deve ser atingida daqui a 10 anos. Isto se tudo caminhar bem e o país não for sacudido por novas recessões.

A conclusão que se impõe é que a economia brasileira retrocedeu décadas após o golpe de Estado de 2016, que levou o emedebista Michel Temer à Presidência. A restauração neoliberal imposta pelo governo golpista, que o governo Bolsonaro procura aprofundar, é a causa mais relevante da tragédia nacional.

As reformas neoliberais, impostas sob a falsa promessa de que conduziriam ao crescimento da economia e criação de pelo menos 6 milhões de novos postos de trabalho, na verdade agravaram a crise e constituem o mais sério obstáculo à retomada da produção.

A reforma trabalhista enfraqueceu os sindicatos e, junto com a terceirização irrestrita, resultou em maior precarização dos contratos, informalização e arrocho dos salários, contribuindo para enfraquecer o mercado interno.

A Emenda Constitucional 95, que congelou as despesas públicas por 20 anos, provocou a redução da taxa de investimentos, a degradação dos serviços públicos e perpetuou a estagnação da economia. É uma armadilha que aprisionou as possibilidades de desenvolvimento e terá de ser desarmada para que o país saia do pântano.

O empobrecimento do país acirra os conflitos sociais que definem a distribuição do produto que é hoje menor para a divisão entre os habitantes do país. Nesta briga, por enquanto, quem se dá bem é o grande capitalista, especialmente do sistema financeiro.

O que avança efetivamente é a escandalosa concentração da renda, alimentando a urgência da taxação das grandes fortunas, a exemplo do que foi feito recentemente pelos nossos vizinhos chilenos e argentinos. Mas é preciso acrescentar que uma solução do tipo requer grandes mobilizações sociais.

Umberto Martins no site da CTB