Depoimento aponta que Rial sabia da situação da Americanas antes de assumir comando

Executivo convocou reunião de diretoria um mês antes de assumir presidência da Americanas, segundo ex-presidente Miguel Gutierrez. Havia preocupação com falta de caixa da empresa

www.brasil247.com - Sergio Rial
Sergio Rial (Foto: Divulgação | Tânia Rego/Agência Brasil)


247 - O executivo Sergio Rial estava ciente da situação financeira da Americanas antes de assumir o comando da empresa, de acordo com o ex-presidente da varejista Miguel Gutierrez. A informação é do colunista Lauro Jardim do jornal O Globo.

Gutierrez, que presidiu a Americanas por 20 anos, detalhou em seu depoimento à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) o conteúdo de uma reunião de diretoria convocada por Sergio Rial em 2 de dezembro de 2022, um mês antes de assumir oficialmente o comando da varejista.

De acordo com o ex-presidente, todos os diretores participaram da reunião com Rial, exceto ele, que não foi convidado. A ata da reunião, com quatro páginas, registrava preocupação com a falta de caixa da empresa.

Outro lado

O ex-CEO da Americanas Sérgio Rial enviou ao 247 o seguinte posicionamento sobre o assunto:

"Eu tinha um contrato vigente à época cujo escopo era me aculturar de informações com reuniões ao longo dos 4 meses que antecediam o meu ingresso na Cia., tudo para facilitar a transição que ocorreria com um CEO que controlou a empresa por 20 anos, o Sr. Miguel Gutierrez. Assim, nada mais trivial do que solicitar informações sobre o caixa da empresa ante o resultado ruim do 3TRI divulgado ao mercado, dispare em relação aos seus principais concorrentes, algo que não se confunde minimamente com saber das graves inconsistências contábeis que foram apuradas após a denúncia recebida nos primeiros dias de janeiro.

Aliás, é bom que se lembre que a dívida bancária existente, tanto na antiga B2W como na LASA, nunca foram reportadas nos balanços, seja no do 3º trimestre ou de quais outros que o antecederam, sendo só reveladas por mim e pelo então novo CFO no Fato Relevante do dia 11.1.23.

É muito comum essa estratégia de se tentar desviar o foco de atenção para quem apurou e reportou a situação irregular em cumprimento da lei, lembrando que estive na empresa por apenas 9 dias e não 20 anos."

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