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Economia

Deputado Valdemar Costa Neto era lobista da Delta

Acusao do ex-diretor do Dnit, Luiz Antnio Pagot; construtora de Cavendish arrecadou mais de R$ 3 bilhes no Dnit, graas amizade com o deputado, que ru no mensalo; em 2005, Valdemar e Cavendish j foram juntos a Roland Garros

Deputado Valdemar Costa Neto era lobista da Delta (Foto: Divulgação)
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247 – No dia 17 de abril, reportagem do 247 previu que, fatalmente, o escândalo Delta atingiria também o deputado Valdemar Costa Neto (PR/SP), que desde o início do governo Lula dá as cartas no Ministério dos Transportes. Foi Valdemar quem abriu as portas do governo federal para Cavendish. Os dois se tornaram amigos íntimos e, em 2005, foram juntos ao torneio de tênis de Roland Garros, em Paris.

Hoje, o portal G1 publica entrevista do ex-diretor do Dnit, Luiz Antônio Pagot, em que ele faz acusações duras a Valdemar Costa Neto. Pagot diz que foi derrubado porque ousou questionar a má qualidade das obras de Fernando Cavendish – depois disso, foi alvo de ataques na revista Veja, em matérias encomendas e comemoradas por Carlos Cachoeira, espécie de sócio informal da Delta no Centro-Oeste.

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Leia, abaixo, trechos de matéria do G1:

Em entrevista ao Jornal das Dez nesta sexta-feira (20), o ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot, disse que o deputado Valdemar da Costa Neto (PR-SP) atuava como "um verdadeiro agente da Delta" junto ao órgão, responsável pela contratação de obras em rodovias no país.

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"Olha, eu entendo que o deputado Valdemar da Costa Neto, ele era um verdadeiro agente da Delta, como era de outras companhias. Mas era um verdadeiro agente da Delta dentro das instituições", disse Pagot em entrevista ao repórter Gerson Camarotti.

Questionado sobre se Costa Neto tinha sucesso ao atuar em nome da Delta, o ex-dirigente do Dnit respondeu que "muitas vezes sim, outras vezes não". "E quando ele não tinha, a raiva crescia. Tanto que eles fez vários movimentos para me tirar do Dnit", acrescentou Pagot.

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Ao Jornal das Dez, Costa Neto admitiu ter relações sociais com o dono da Delta, mas negou ter defendido os interesses da construtora nos Transportes. A assessoria da Delta afirmou que Claudio Abreu jamais fez reclamações em nome da empresa junto ao Dnit.

Leia, ainda, reportagem anterior do 247 sobre a amizade entre Cavendish e Valdemar:

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247 – Na terra batida de Roland Garros, em Paris, onde Guga já havia reinado, Rafael Nadal conquistou seu primeiro título em 2005. Venceu o suíço Roger Federer na semifinal e atropelou o argentino Mariano Puerta na grande decisão. Do camarote, o show do espanhol era acompanhado de perto por dois personagens: o deputado Valdemar Costa Neto (PR/SP), que é tenista amador, e o empresário Fernando Cavendish, dono da Delta.

Cavendish fazia de tudo para cortejar o deputado. Valdemar era “dono” do Ministério dos Transportes e, por consequência, do bilionário Dnit, órgão encarregado pelas obras viárias em todos os estados do País. Foi ele quem abriu as portas do governo federal para o empreiteiro que, anos depois, se tornaria o maior recebedor de verbas do Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC. Só no ano passado, a Delta levou R$ 884 milhões.

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Cavendish se vê agora constrangido pelas declarações que fez numa reunião da própria Delta, nas quais dizia que, dando R$ 30 milhões para um político ou R$ 6 milhões para um senador, dava para conseguir “coisa pra caramba”. Em nota, ele disse ter dito apenas uma bravata e afirmou ter profundo respeito pelas instituições brasileiras e pelos representantes da classe política.

Mas sua empresa, a Delta, parece estar com os dias contados. Nesta segunda-feira, o vídeo de Cavendish, que já havia sido mostrado no 247, foi também exibido no Jornal Nacional. O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) garantiu que o empreiteiro será uma das primeiras pessoas a ser convocadas pela CPI que irá investigar as atividades de Carlos Cachoeira, provável sócio da Delta. E o governo federal não terá outra escolha a não ser declarar a empresa inidônea, a exemplo do que foi feito em 2007 com a Gautama, alvo de outra operação da Polícia Federal, a Navalha.

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Cavendish, provavelmente, será banido de futuras licitações. Mas será que desta vez Valdemar Costa Neto será punido? Ele é a prova viva de que pode haver uma conexão direta entre o mensalão e o caso Carlos Cachoeira – ainda que os protagonistas de um escândalo acusem os astros do outro de tentarem criar cortinas de fumaça.

Será este o match-point para a Delta?

 

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