Deputados europeus descartam acordo com o Mercosul antes do fim do governo Bolsonaro
Parlamentares da Alemanha exigem anexo com compromissos do governo brasileiro na área ambiental, que nem começaram a ser negociados
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Integrantes do governo de Angela Merkel, da Alemanha, não acreditam que o acordo entre União Européia e Mercosul seja assinado no governo Bolsonaro.
Reportagem de Patrícia Campos Mello reproduz declaração de autoridades daquele país e de integrantes do Parlamento Europeu
O acordo está paralisado à espera de um anexo de compromissos ambientais adicionais que nem começou a ser negociado.
A parte comercial do acordo de associação entre ambos foi assinada em junho de 2019, após 20 anos de negociação. Atualmente, o acordo está em revisão jurídica e, em alguns meses, começaria a ser traduzido para as 23 línguas oficiais do bloco europeu.
Depois, iria para ratificação no Conselho Europeu, depois para o Parlamento Europeu e, dependendo do formato, também para os Parlamentos nacionais de cada país da UE e do Mercosul.
No entanto, em outubro do ano passado, a maioria dos parlamentares europeus aprovou um texto afirmando que, do jeito que está, o acordo não será ratificado e que são necessários compromissos ambientais adicionais.
“Até hoje a UE não começou a negociar esse anexo, eles não sabem nem que compromissos ambientais vão pedir”, disse à Folha o eurodeputado espanhol Jordi Cañas, relator do acordo no Parlamento Europeu.
O novo chanceler brasileiro, Carlos Alberto França, afirmou em audiência na Câmara, na quarta-feira (28), que, “com otimismo, podemos terminar o processo [do acordo com a UE] até o fim do ano que vem.”
A projeção do chanceler é vista com ceticismo. Cañas, a deputada alemã Anna Cavazzini, dos Verdes, o deputado alemão Sven Simon, do CDU (União Democrata-Cristã, partido da chanceler Angela Merkel), e integrantes do governo acham que é muito improvável o acordo ser ratificado ainda no governo Bolsonaro.
“Vai demorar para melhorar o acordo, a comissão sabe que não vai poder voltar de mãos vazias, precisa de algo significativo [de compromissos adicionais]”, diz Cavazzini, vice-presidente da delegação do Parlamento Europeu para assuntos relacionados ao Brasil.
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