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Economia

Dilma ganha mais uma: ágio de 293% no Galeão

Expectativa da presidente Dilma Rousseff de "competição forte" na disputa dos aeroportos, colocada em entrevista exclusiva ao 247, se confirma; consórcio liderado pelo grupo Odebrecht, em parceria com o grupo Changi, de Cingapura, fez proposta de R$ 19 bilhões pelo terminal internacional do Rio de Janeiro, com ágio de 293%; "o Brasil já vive o maior ciclo de investimentos em infraestrutura de toda a sua história", diz a presidente; resultado do leilão torna risível a crítica sobre desconfiança de empresários em relação ao Brasil; em Confins, venceu a CCR com oferta de R$ 1,8 bilhão e ágio de 66%; nesta rodada, governo arrecadou R$ 20,8 bilhões; segundo a presidente Dilma, resultado foi "muito além da expectativa"

Expectativa da presidente Dilma Rousseff de "competição forte" na disputa dos aeroportos, colocada em entrevista exclusiva ao 247, se confirma; consórcio liderado pelo grupo Odebrecht, em parceria com o grupo Changi, de Cingapura, fez proposta de R$ 19 bilhões pelo terminal internacional do Rio de Janeiro, com ágio de 293%; "o Brasil já vive o maior ciclo de investimentos em infraestrutura de toda a sua história", diz a presidente; resultado do leilão torna risível a crítica sobre desconfiança de empresários em relação ao Brasil; em Confins, venceu a CCR com oferta de R$ 1,8 bilhão e ágio de 66%; nesta rodada, governo arrecadou R$ 20,8 bilhões; segundo a presidente Dilma, resultado foi "muito além da expectativa" (Foto: Leonardo Attuch)
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Marco Damiani - 247 - Acabam de ser feitas as propostas para os terminais aeroportuários levados a leilão nesta sexta-feira. No mais disputado, o consórcio Aeroportos do Futuro, formado pelos grupos Odebrecht e Changi, de Cingapura, apresentou proposta de nada menos que R$ 19 bilhões – o que representa um ágio de 293%. A proposta é bastante superior à dos grupos CCR (R$ 13,1 bilhões), Carioca (R$ 14,5 bilhões) e Queiroz Galvão (R$ 6,5 bilhões).

O valor é também a confirmação das melhores expectativas da presidente Dilma Rousseff, que, ontem, em entrevista exclusiva ao 247 (leia aqui), previu "competição forte" entre grupos do Brasil e do mundo pelos aeroportos nacionais. "O Brasil já vive o maior ciclo de investimentos em infraestrutura de sua história", disse ela, ao 247.

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O resultado parcial do Galeão torna risível a crítica sobre a desconfiança dos empresários nacionais e internacionais em relação ao Brasil. O ágio – de 293% – fala por si. Na fase de viva-voz do leilão, os concorrentes não fizeram propostas, o que sacramentou a vitória do Aeroportos do Brasil.

Em Confins, a primeira parcial apontou liderança do consórcio AeroBrasil, composto por CCR e a Flughafen, de Zurique, na Suíça, com ágio de 27,7% e oferta de R$ 1,4 bilhão. Em seguida, houve disputa – e o mesmo consórcio elevou a proposta para R$ 1,6 bilhão, mas foi superado por Queiroz Galvão, que jogou o valor para R$ 1,7 bilhão. No fim, a CCR reagiu e fechou a disputa com R$ 1,820 – o que representa 66% de ágio.

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Na média dos dois leilões, o ágio de 251,7%.

Para a presidente Dilma, leilão foi "muito além da expectativa". Leia, abaixo, reportagem da Agência Brasil a respeito:

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Heloisa Cristaldo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A presidenta Dilma Rousseff disse hoje (22) que o resultado do leilão dos aeroportos do Galeão e de Confins foi “muito além da expectativa”. Com o valor global do leilão, a arrecadação será de R$ 20,83 bilhões. Segundo cálculos do governo, no Galeão, o ágio foi mais de 293% do valor mínimo, que era de R$ 4,82 bilhões, enquanto que em Confins, o lucro sobre o lance mínimo - R$ 1,096 bilhão - foi 66,05%.

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Dilma Rousseff ressaltou que o resultado do leilão mostrou “interesse imenso dos investidores no Brasil”. Ela acrescentou que o que é mais importante nesse processo é que ficou claro o interesse das empresas, “porque quem ganhou são grandes empresas de aeroportos”, disse antes de anunciar investimentos em mobilidade urbana, no Ceará.

O Consórcio Aeroportos do Futuro venceu o leilão pela concessão por 25 anos do Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim/Galeão, no Rio de Janeiro, pelo valor de R$ 19,018 bilhões. Na mesma disputa, com a proposta de R$ 1,82 bilhão, o consórcio AeroBrasil conquistou a concessão, por 30 anos, no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte. O arremate foi feito na BMF&Bovespa, em São Paulo, num valor total de R$ 20.838.888.000.

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De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), no aeroporto do Galeão, fazem parte das melhorias obrigatórias a construção de 26 pontes de embarque até o dia 30 de abril de 2016; a construção de estacionamento com capacidade mínima para 1.850 veículos até o fim de 2015; a adequação das instalações para armazenamento de carga (para os jogos olímpicos de 2016); a ampliação do pátio de aeronaves até 30 de abril de 2016; e a construção de sistema de pistas independentes até atingir o gatilho de 262.900 movimentos ao ano.

Em Belo Horizonte, no aeroporto de Confins, as obras obrigatórias incluem a construção de novo terminal de passageiros com no mínimo 14 pontes de embarque até 30 de abril de 2016 e vias terrestres associadas, além da ampliação do pátio de aeronaves até 30 de abril de 2016 e da construção da segunda pista independente até 2020 ou gatilho de 198.000 movimentos ao ano.

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Abaixo reportagem da Reuters sobre o leilão:

Por Leonardo Goy e Roberta Vilas Boas

SÃO PAULO, 22 Nov (Reuters) - O governo arrecadará 20,8 bilhões de reais com a concessão dos aeroportos do Galeão (RJ) e Confins (MG), após leilão realizado nesta sexta-feira que atraiu importantes grupos nacionais e operadoras estrangeiras de terminais.

O consórcio formado pela Odebrecht, uma das maiores empresas privadas do Brasil, e a operadora de aeroportos Changi, de Cingapura, venceu a disputa pelo Galeão com uma oferta de 19,018 bilhões de reais, quase quatro vezes maior que o lance mínimo definido pelo governo.

A presidente Dilma Rousseff classificou o ágio como "extraordinário", enquanto o ministro da Fazenda, Guido Mantega, avaliou que o resultado mostrou que "há apetite dos investidores para entrar no programa de concessões brasileiro".

Cinco grupos entregaram envelopes com propostas pela concessão do Galeão, mas nenhuma com montante perto do apresentado pela Odebrecht, que tem 60 por cento de participação no consórcio vencedor.

A segunda melhor oferta pelo aeroporto que fica na cidade que receberá jogos da Copa do Mundo no ano que vem e sediará as Olimpíadas em 2016 foi de 14,5 bilhões de reais.

O aeroporto de Confins foi arrematado pelo consórcio formado por CCR e as operadoras dos terminais de Zurique e de Munique, com lance final de 1,82 bilhão de reais, ágio de 66 por cento sobre o mínimo estipulado.

Enquanto a disputa por Galeão se restringiu aos envelopes com as ofertas iniciais, a concorrência por Confins teve briga acirrada no viva-voz. O consórcio formado por Queiroz Galvão e a operadora espanhola Ferrovial apresentou lances e rivalizou com o grupo da CCR, mas acabou derrotado.

A CCR tem fatia de 75 por cento do consórcio vencedor. A Flughafen Zurich possui 24 por cento e a Flughafen Munchen, 1 por cento. O diretor de Novos Negócios da CCR, Leonardo Vianna, disse ver potencial muito grande para explorar o transporte de cargas em Confins.

Galeão e Confins respondem juntos por 14 por cento da movimentação de passageiros e 10 por cento de carga no Brasil.

A transferência de aeroportos para a iniciativa privada é parte do ambicioso plano do governo Dilma de melhorar a infraestrutura logística do país, um dos principais entraves para o crescimento econômico. Além dos aeroportos, o plano inclui a concessão de rodovias, ferrovias e portos.

Os dois aeroportos leiloados não devem sofrer mudanças a tempo da Copa do Mundo, já que os consórcios vencedores só assumirão os terminais em março, três meses antes do início do mundial.

"Não vejo problemas na estrutura atual do Galeão para a Copa", disse o presidente da Odebrecht Transport, Paulo Cesena.

INVESTIMENTOS

A Odebrecht e a Changi deverão investir 5,7 bilhões de reais no Galeão, segundo o edital da licitação. Já o consórcio da CCR deverá aportar 3,5 bilhões de reais no terminal mineiro.

O valor de outorga será pago em parcelas anuais ao longo do prazo de concessão, de 25 anos para Galeão e de 30 anos para Confins, começando a partir de 12 meses após a assinatura dos contratos.

A estatal Infraero, que será sócia minoritária dos dois consórcios, com participação de 49 por cento, esperava um ágio menor para o aeroporto do Galeão, disse o presidente da estatal, Gustavo do Vale, a jornalistas.

No mesmo modelo que inclui a Infraero, o governo transferiu o controle dos terminais de Guarulhos (SP), Viracopos (SP) e Brasília (DF) para a iniciativa privada em fevereiro de 2012, arrecadando 24,5 bilhões de reais.

O primeiro leilão de concessão de aeroportos, o de São Gonçalo do Amarante (RN), realizado em 2011, teve um modelo diferente, com uma concessão 100 por cento privada, ou seja, sem a participação da Infraero.

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