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Dívida bruta do governo sobe em novembro com retorno do déficit primário

Indicador alcança 79,0% do PIB após resultado negativo do setor público, segundo dados do Banco Central divulgados nesta terça-feira

Moedas de real (Foto: REUTERS/Bruno Domingos)

247 - A dívida pública voltou a crescer em novembro, acompanhando o retorno do déficit primário do setor público consolidado. Os números foram divulgados nesta terça-feira (30) pelo Banco Central e mostram um cenário de deterioração das contas públicas em relação ao mês anterior.

De acordo com os dados oficiais, a dívida bruta do governo geral encerrou novembro em 79,0% do Produto Interno Bruto (PIB). O resultado representa uma elevação frente aos 78,4% registrados em outubro e ficou em linha com as projeções de economistas ouvidos em levantamento da Reuters, que já esperavam nova alta do indicador.

A dívida líquida do setor público também apresentou crescimento no período. Em novembro, o indicador atingiu 65,2% do PIB, acima dos 64,8% observados no mês anterior, refletindo o impacto do resultado fiscal negativo e da dinâmica dos juros sobre o endividamento.

No mês passado, o setor público consolidado — que reúne governo central, Estados, municípios e empresas estatais — registrou déficit primário de R$ 14,420 bilhões. O resultado ficou levemente acima da estimativa de analistas consultados pela Reuters, que apontavam para um saldo negativo de R$ 14,0 bilhões. Em outubro, o desempenho havia sido oposto, com superávit primário de R$ 32,392 bilhões.

No acumulado de 12 meses até novembro, o déficit primário correspondeu a 0,36% do PIB, indicando que as receitas não foram suficientes para cobrir as despesas antes do pagamento de juros da dívida. Quando consideradas também as despesas financeiras, o déficit nominal — que inclui os juros — alcançou 8,13% do PIB no período.