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      Dólar cai 1,35% ante o real, maior queda em 3 meses

      Moeda norte-americana caiu mais de 1% e voltou abaixo do teto informal de R$ 2,25 nesta sexta-feira, um dia após a divulgação da pesquisa eleitoral Datafolha; com isso, corrigiu boa parte da expressiva alta da véspera  

      Moeda norte-americana caiu mais de 1% e voltou abaixo do teto informal de R$ 2,25 nesta sexta-feira, um dia após a divulgação da pesquisa eleitoral Datafolha; com isso, corrigiu boa parte da expressiva alta da véspera   (Foto: Gisele Federicce)
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      Por Bruno Federowski

      SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou com a maior queda em três meses nesta sexta-feira, caindo mais de 1 por cento e voltando abaixo do teto informal de 2,25 reais, após pesquisa eleitoral mostrar empate técnico entre a presidente Dilma Rousseff (PT) e o candidato Aécio Neves (PSDB) em eventual segundo turno das eleições de outubro.

      Com isso, a moeda norte-americana corrigiu boa parte da expressiva alta da véspera, quando a queda de um avião malaio na Ucrânia fez a aversão ao risco disparar nos mercados globais.

      O dólar recuou 1,35 por cento, a 2,2283 reais na venda, depois de subir 1,64 por cento na sessão anterior. Foi o maior tombo desde 4 de abril, quando caiu 1,70 por cento. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 1,5 bilhão de dólares.

      "O Datafolha afetou todos os mercados. Foi um tiroteio. A bolsa disparou, os juros (longos) caíram e o dólar desabou", resumiu o operador de câmbio da corretora B&T Marcos Trabbold.

      Segundo pesquisa Datafolha divulgada após o fechamento dos mercados na quinta-feira, Dilma tem 44 por cento das intenções de voto contra 40 por cento de Aécio em eventual segundo turno entre os dois candidatos. Como a margem de erro do levantamento é de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo, eles estão tecnicamente empatados.

      A notícia vem em um momento em que investidores têm mostrado forte desconfiança em relação à condução da política econômica do governo de Dilma.

      "O mercado entendeu que a sinalização de que pode haver alguma mudança na trajetória política é positiva e comprou ativos brasileiros", explicou o economista-chefe do Espírito Santo Investment Bank, Jankiel Santos.

      O viés de queda do dólar também foi visto em outros mercados emergentes. Moedas que foram afetadas na véspera pelo quadro de aversão ao risco global, como o peso mexicano e o rand sul-africano, tinham nesta sessão movimento de ajuste.

      "Subimos demais ontem, é natural que alguns investidores aproveitem a oportunidade (para realizar lucro)", afirmou o gerente de câmbio da corretora Fair, Mario Battistel.

      A queda de um avião da Malásia em território ucraniano na quinta-feira aprofundou consideravelmente o conflito entre Kiev e os rebeldes pró-Moscou, aumentando as tensões entre o Ocidente e a Rússia e deixando os mercados financeiros apreensivos. Os Estados Unidos acreditam que um míssil terra-ar tenha derrubado o jato.

      Na véspera, a notícia levou o dólar a superar o teto da banda informal de 2,20 a 2,25 reais. Boa parte do mercado acredita que essa banda agradaria ao Banco Central brasileiro por não ser inflacionária e não prejudicar as exportações, e relutam em tentar manter a divisa acima desse patamar justamente pela forte atuação da autoridade monetária no mercado.

      Pela manhã, o BC continuou com suas intervenções diárias e vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares. Os contratos vendidos vencem em 2 de fevereiro de 2015 e têm volume correspondente a 198,9 milhões de dólares. Também foram ofertados para 1º de junho de 2015, mas nenhum foi vendido.

      O BC também vendeu a oferta total de até 7 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em agosto. Ao todo, o BC já rolou cerca de 40 por cento do lote total, que corresponde a 9,457 bilhões de dólares.

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