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Economia

Dólar salta ao maior nível em mais de 4 meses

A moeda norte-americana fechou em alta de 0,97%, a R$ 5,2291, máxima para encerramento desde 11 de fevereiro deste ano

(Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)
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Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou no maior patamar em mais de quatro meses nesta quinta-feira, impulsionado por piora no sentimento global conforme a perspectiva de uma política monetária apertada nos Estados Unidos alimenta temores de recessão, em meio ainda a receios fiscais domésticos.

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A divisa norte-americana à vista abandonou perdas vistas durante a sessão para fechar em alta de 0,97%, a 5,2291 reais, máxima para encerramento desde 11 de fevereiro deste ano (5,2428). No pico do dia, o dólar chegou a avançar 1,10%, a 5,2363 reais.

Com essa valorização, a 11ª em 13 pregões, o dólar --que já está acima de suas médias móveis lineares de 50 e 100 dias-- se aproxima do importante nível técnico de 200 dias, atualmente em 5,2520 reais. Eventual rompimento dessa média móvel diária pode ser o prenúncio de mais altas para a moeda.

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Na B3, às 17:04 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,66%, a 5,2435 reais.

O mercado de câmbio doméstico acompanhou movimento visto no exterior, onde o índice do dólar contra uma cesta de pares fortes devolveu perdas iniciais e passou a subir na parte da tarde.

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Várias moedas sensíveis ao apetite por risco global, como dólar australiano, rand sul-africano, peso chileno e peso colombiano, caíram acentuadamente nesta tarde.

Investidores repercutiam comentários do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, que reconheceu em audiência no Congresso dos EUA que uma recessão é "certamente uma possibilidade" na maior economia do mundo. Apesar desse risco, ele reforçou o compromisso "incondicional" do Fed com o controle da inflação, sinalizando mais aumentos de juros ao longo deste ano.

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O banco central norte-americano já elevou sua taxa básica em 1,5 ponto percentual desde março deste ano. Novo ajuste de 0,75 ponto, semelhante ao adotado na última reunião de política monetária do Fed, é previsto para o próximo encontro da instituição, no mês que vem.

"Esta semana está sendo caracterizada por uma mudança importante na postura dos bancos centrais dos países desenvolvidos, que começam a dar prioridade ao combate à inflação em detrimento do crescimento da economia e do desemprego", avaliou a Genial Investimentos em relatório a clientes.

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"Este cenário de aperto nas políticas monetárias nos países desenvolvidos... aumentou a probabilidade de que a economia global entre em recessão, o que já pressiona negativamente os preços dos ativos financeiros e das commodities", disse a Genial, citando ainda preocupações com sinais de desaceleração na China, que tem adotado rígidos lockdowns de combate à Covid-19.

Somando-se ao ambiente externo arisco, riscos fiscais brasileiros colaboraram para a valorização do dólar, disseram participantes do mercado, citando discussões em torno de possíveis medidas do governo para compensar a alta dos preços dos combustíveis no ano eleitoral, como elevação do Auxílio Brasil, aumento no valor do vale-gás a famílias e criação de uma espécie de voucher para caminhoneiros.

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"Enquanto não tiver uma resolução sobre pacotes de auxílio, mercado segue mais pesado com questão fiscal", comentou em postagem no Twitter Jerson Zanlorenzi Jr., responsável pela mesa de ações e derivativos do BTG Pactual.

Apesar do cenário adverso, parte dos mercados financeiros ainda enxerga algum espaço para desvalorização do dólar neste ano, caso do Banco Inter, que prevê a moeda encerrando este ano em 4,90 reais.

"O cenário externo permanece desafiador e o dólar segue com alta volatilidade", disse a instituição em relatório assinado pela economista-chefe Rafaela Vitoria, ponderando que "entre os fundamentos para a manutenção do bom desempenho do real no ano está a melhora nos termos de troca da balança (comercial) e a maior taxa de juros na comparação global".

A Selic está atualmente em 13,25% ao ano, com a maior parte dos mercados apostando numa elevação para 13,75% no encontro de agosto do Comitê de Política Monetária (Copom).

Com a alta desta quinta-feira, o dólar reduziu as perdas acumuladas contra o real em 2022 para 6%, ficando mais de 13% acima da cotação mínima para encerramento do ano, de 4,6075 reais, atingida no início de abril.

(Edição de Isabel Versiani)

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