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Dólar segue em disparada e pressiona economia

Pela manhã, moeda bate em R$ 2,26; Bovespa afunda mais 2,48%; Banco Central iniciou o dia injetando quase US$ 3 bilhões para conter alta da moeda norte-americana, negociando todos os contratos ofertados no leilão; tensão na economia alimenta boatos sobre trocas na equipe econômica e pode demandar novas medidas

Dólar segue em disparada e pressiona economia
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Por Natália Cacioli

SÃO PAULO, 20 Jun (Reuters) - O dólar chegou a reduzir um pouco a alta ante o real, mas voltou a ganhar força nesta quinta-feira, após o Banco Central anunciar um leilão de swap cambial tradicional na tentativa de segurar a escalada da divisa, que ocorria com os claros sinais de que o programa de estímulo monetário dos Estados Unidos pode estar perto do fim.

A moeda norte-americana ultrapassou 2,25 reais logo no início desta sessão, depois de ter encerrado o pregão anterior acima de 2,22 reais, refletindo a sinalização do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, de que pode começar a reduzir seu programa de compra de ativos ainda neste ano.

Operadores alertavam que as atuações do BC devem ter efeito limitado na cotação do dólar, uma vez que os mercados globais estão muito estressados e investidores estão revendo suas estratégias devido à mudança do cenário com a redução do estímulo nos Estados Unidos.

Às 10h06, a moeda norte-americana subia 0,77 por cento, para 2,2372 reais, chegando a avançar mais de 1 por cento e batendo 2,2505 reais logo no início da sessão.

"O mercado está num momento de pânico... O BC está fazendo a parte dele dentro do que ele pode, mas o humor está bem ruim", afirmou o operador da Intercam Corretora Glauber Romano.

Após o anúncio do primeiro leilão de swap cambial tradicional --equivalente a uma venda de dólares no mercado futuro--, o dólar atingiu a mínima do dia de 2,2233 reais, mas a moeda voltou a ganhar força logo em seguida. O BC vendeu a oferta total de 60 mil contratos de swap com vencimentos em 2 de setembro e 1º de outubro de 2013.

"Hoje é dia de ver o que o pessoal vai determinar daqui para frente. Estamos em outra banda, dólar marcando acima de 2,20 reais é complicado (para inflação)", disse Romano, acrescentando que as incertezas são muito grandes para definir uma tendência para o câmbio neste momento.

As moedas globais eram fortemente atingidas nesta sessão depois que o chairman do Fed, Ben Bernanke, também disse na quarta-feira que o banco central pode o programa de estímulo pode ser encerrado em meados de 2014.

Em relação a uma cesta de moedas, o dólar subia 0,49 por cento, enquanto o euro caía 0,56 por cento frente a moeda norte-americana e o dólar australiano cedia 0,73 por cento. Na América Latina, o dólar avançava 0,43 por cento ante o peso mexicano.

BC faz leilão de venda de dólares com compromisso de recompra para enfrentar alta do câmbio

Kelly Oliveira, repórter da Agência Brasil – O Banco Central (BC) lançou mão hoje (20) de mais uma ferramenta para conter a alta do dólar. A autoridade monetária anunciou leilão de venda dólares com compromisso de recompra futura. A última vez que o BC fez esse tipo de operação foi no final do ano passado.

De acordo com o comunicado do BC, serão aceitos no máximo US$ 3 bilhões, a serem distribuídos, a critério da autoridade monetária, entre dois leilões. As operações de venda do BC serão liquidadas no dia 24 de junho deste ano. As datas de liquidações das operações de compra do BC serão 3 de setembro e 1º de outubro de 2013.

Hoje, o BC já injetou quase US$ 3 bilhões no mercado de câmbio, por meio de leilão swap cambial tradicional, equivalente à venda de dólares no mercado futuro. O BC tem feito essas operações para tentar suavizar a alta da moeda, que hoje já atingiu a máxima de R$ 2,2704 (dólar comercial).

Ontem (19), as indicações do Federal Reserve (Fed), Banco Central norte-americano, de que deverá reduzir o ritmo de ajuda monetária para a economia dos Estados Unidos fizeram o dólar fechar acima de R$ 2,20 pela primeira vez em quatro anos. O dólar comercial encerrou o dia em R$ 2,2205 para venda, com alta de 1,94%, na maior cotação desde 27 de abril de 2009.

Em entrevista, o presidente do Fed, Ben Bernanke, declarou que, por enquanto, a política é manter o ritmo de injeção de dólares na maior economia do mundo. Ele, no entanto, admitiu que, caso a situação do país melhore nos próximos meses, o Federal Reserve pode diminuir o ritmo de compras de ativos "mais para o fim deste ano".

Por meio da compra de ativos, como títulos públicos, o Fed joga dinheiro no mercado e aumenta a quantidade de dólares na economia mundial. Caso a ajuda monetária diminua, o volume de moeda norte-americana em circulação cai, aumentando o preço do dólar em todo o mundo.

Edição: Davi Oliveira

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