Dono do BTG Pactual e do Panamericano pode ser investigado também nos EUA

247 – A multa imposta pelo Consob, órgão regulador do mercado acionário italiano ao banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, já causa donos ao jovem bilionário. Às vésperas de concluir seu IPO, uma operação de lançamento de ações que pretende levantar mais de R$ 4 bilhões, ele se viu forçado a mudar as regras da oferta, criando um prazo para que investidores desistam da compra dos papéis.

Nesta quarta-feira, uma nota publicada pela jornalista Sonia Racy, no Estado de S. Paulo, fragiliza ainda mais sua posição. Diz que André Esteves poderá ser investigado também nos Estados Unidos. Eis o texto da nota “Além da Itália”:

A SEC (CVM americana) que saber: André Esteves avisou o UBS sobre a compra que fez, na pessoa física, de ações da empresa de carnes Cremonini? O banco suíço era seu empregador à época da operação, pela qual levou multa de 350 mil euros na Itália, esta semana, por inside information. Se avisou, segundo fonte do setor, o banco será multado. Caso contrário, a SEC pode abrir processo nos EUA contra ele.

Esteves foi multado por uso de informações privilegiada numa operação relacionada ao frigorífico brasileiro JBS Friboi, que comprou a empresa italiana Cremonini. Foi condenado a pagar multa de 350 mil euros e teve 4,2 milhões de euros em ativos congelados. Segundo a assessoria do BTG Pactual, multa é improcedente e Esteves irá recorrer. No Brasil, a CVM também investiga uma operação no mercado futuro em que dois bancos, o BTG Pactual e o Original, do grupo Friboi, lucraram com uma aposta certeira na queda de juros, em agosto do ano passado.

Investidores que já fizeram a reserva pelos papéis do BTG Pactual têm agora um prazo de cinco dias úteis para desistir. O período para reserva das ações vai até o dia 23.