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Economia

Economia fraca é normal em ano de ajuste, diz Banco Central

O impacto na atividade econômica brasileira, que deve apresentar resultado abaixo do seu potencial, é normal em um ano de ajuste. A avaliação é do diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Luiz Awazu Pereira da Silva, que também citou que eventos não econômicos, como as investigações da Operação Lava Jato, se sobrepõem ao ciclo de negócios

Sede do Banco Central, em Brasília. 15/01/2014 REUTERS/Ueslei Marcelino (Foto: Paulo Emílio)
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Kelly Oliveira, Repórter da Agência Brasil - O impacto na atividade econômica brasileira, que deve apresentar resultado abaixo do seu potencial, é normal em um ano de ajuste. A avaliação é do diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Luiz Awazu Pereira da Silva, que participa hoje (2), na França, do seminário da revista The Economist – Brazil Business Summit.

O diretor citou também que eventos não econômicos como as investigações da Operação Lava Jato se sobrepõem ao ciclo de negócios.

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Awazu reforçou que a volta do crescimento econômico virá com fortalecimento da confiança. Ele citou que o governo tem uma agenda de concessões, com medidas para melhorar o capital físico (investimentos em infraestrutura) e o humano (educação).

O diretor defendeu os ajustes na economia, com cortes em gastos públicos e aumento da taxa básica de juros, a Selic, para que haja um realinhamento de preços no país. Awazu destacou que o duplo ajuste de preços relativos (administrados e externos) impactou a inflação no primeiro semestre deste ano, elevando o resultado acumulado de 12 meses e as expectativas para 2015.

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A Selic já passou por seis altas seguidas e está atualmente em 13,75% ao ano. O BC usa essa taxa para tentar conter a inflação, que deve estourar o teto da meta para o ano. A projeção do próprio BC indica inflação este ano acima da meta, em 9%. A meta de inflação para este ano e 2016 é 4,5%, com limite superior em 6,5%. Para 2017, o Conselho Monetária Nacional reduziu o limite superior para 6%.

"A redução da banda de tolerância da meta de 2017 reafirma esse compromisso com a meta de inflação de 4,5%", destacou o diretor.

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A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Embora ajude no controle dos preços, o aumento da taxa Selic prejudica a economia, que atravessa um ano de recessão, com queda na produção e no consumo.

"O objetivo da política monetária [elevações da taxa Selic] é evitar que o impacto do ajuste dos preços relativos em 2015 seja transmitido para 2016", disse. Awazu acrescentou que a política monetária pode e deve conter os efeitos de segunda ordem para circunscrevê-los a este ano.

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"Por essa razão, a política monetária está e se manterá vigilante para assegurar a convergência da inflação para a meta de 4,5% no final 2016", ressaltou. Ele acrescentou que o Banco Central reitera que é preciso determinação e perseverança na luta contra a inflação. "A melhor contribuição da política monetária para um novo e virtuoso ciclo de crescimento econômico é trazer a inflação para a meta de 4,5% no final de 2016 e ancorar as expectativas", reforçou o diretor.

Awazu disse ainda que o cenário internacional vive a expectativa de normalização dos juros pelo Federal Reserve, banco central americano. O aumento de juros pelo banco central dos Estados Unidos e a melhora da economia americana deve atrair mais investidores para aquele país e por consequência, há um fortalecimento global do dólar. Awazu disse que mesmo com a melhor preparação e com boa comunicação do Federal Reserve, a volatilidade (fortes oscilações nos mercados financeiros) é possível.

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Awazu citou também a moderação nos preços das commodities (produtos básicos com cotação internacional), com a desaceleração da economia chinesa.

O diretor destacou ainda que o chamado grexit, ou seja a saída da Grécia da zona do euro e retomada da moeda dracma, acrescenta algum estresse. O termo grexit é formado pelas palavras em inglês Greece (Grécia) e exit (saída).

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Para o diretor, as percepções sobre o Brasil estão melhorando, com o efeito positivo do ajuste macroeconômico. Apesar da melhora, ele destaca que é preciso continuar com o processo de ajuste.

"Temos que manter os pilares macroeconômicos da nossa casa em ordem e estabilizado para o lift-off [normalização da taxa de juros americana]", acrescentou.

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