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Economia

Economistas apontam incoerência de Guedes ao propor taxação de dividendos

“É contraditório, sim, mas aí ou ele caiu na real e percebeu que é justo e a única forma de aumentar a receita, o que se faz necessário, ou ele está fazendo cortina de fumaça por algum outro motivo. A ver”, opina o professor da FGV Nélson Marconi

(Foto: Marcos Corrêa/PR)
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Por Paulo Henrique Arantes, para o 247 - Em conflito com os princípios neoliberais dos quais é porta-estandarte, o ministro da Economia, Paulo Guedes, sinalizou com a taxação de dividendos de acionistas. A ideia seria óbvia e oportuna não viesse de quem veio. No Brasil e na Estônia, e em nenhum outro país do mundo, a distribuição de lucros e dividendos a acionistas de empresas não é taxada. A benesse foi concedida em 1995 pelo governo Fernando Henrique Cardoso, sob a justificativa de possuir o condão de alavancar investimentos. É claro que a relação não se comprovou. 

São gritantes as incoerências de Paulo Guedes. Reconheça-se que não deve ser fácil suportar as idiossincrasias de um presidente da República de conhecimentos econômicos inexistentes, autoritário e suscetível a pressões setoriais. De todo modo, a taxação de dividendos trai o mantra da Escola de Chicago, templo sagrado de Guedes. 

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“É contraditório, sim, mas aí temos duas opções: ou ele caiu na real e percebeu que é justo e a única forma de aumentar a receita, o que se faz necessário - afinal, a água chegou no pescoço -, ou ele está fazendo cortina de fumaça por algum outro motivo. A ver”, avaliou ao Brasil 247 o economista Nélson Marconi, professor da Fundação Getúlio Vargas.

Para Paulo Kliass, doutor em Economia pela Universidade Paris 10, “o mundo dá voltas e a crise provoca reações inesperadas”. Kliass lembra que esta não é a primeira vez que Paulo Guedes fala em taxação de dividendos e, novamente, ele não detalhou sua proposta nesse sentido. “Ninguém sabe ao certo o que Guedes vai propor agora, mas de todo modo é bem contraditório com o que ele sempre defendeu”, observa o economista, especialista em políticas públicas.

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Também não se sabe quanto tempo Paulo Guedes vai durar no governo. Sinais canhestros de apoio presidencial em nada amenizam os impactos de atos de Jair Bolsonaro em desacordo com o que prega o ministro da Economia. Mas há quem aposte que Guedes fica até o fim, como o economista Simão Davi Silber, professor da FEA-USP e voz de referência do liberalismo econômico brasileiro.

“Guedes tem um saco infinito. Ele fica até o fim do mandato”, assinalou Silber em conversa com o Brasil 247.

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