Em baixa, Eike Batista vende tudo
Empresário tenta se desfazer de ativos de carvão da CCX e de ouro da AUX, além de participação na produtora de minério de ferro MMX, em meio à limitação de caixa para executar projetos que requerem grandes cifras
Por Sabrina Lorenzi
Reuters - O empresário Eike Batista tenta vender ativos de carvão da CCX e de ouro da AUX, além de participação na produtora de minério de ferro MMX, em meio à limitação de caixa para executar projetos que requerem grandes cifras.
O banco de investimento BTG Pactual está envolvido nas tratativas para vender os ativos de ouro e carvão na Colômbia, apoiado por especialistas estrangeiros, afirmou à Reuters nesta terça-feira uma fonte ligada ao Grupo EBX, holding de Eike.
As ações da CCX na Bovespa aceleraram a alta após a notícia da Reuters, encerrando a sessão com valorização de 12,05 por cento, na máxima do dia.
Procurada, a EBX afirmou que as empresas não vão comentar o assunto. Na véspera, a MMX informou em comunicado ao mercado que avalia "oportunidades de negócios".
O próprio Eike chegou a comentar em meados do ano passado que fundos de pensão da Colômbia estavam interessados nas suas reservas de carvão. Na ocasião, o empresário estudava a venda de 30 por cento da sua companhia de carvão, avaliada então por ele em 4 bilhões de dólares.
Segundo a fonte ouvida pela Reuters, as condições de dificuldade do grupo poderão levar à venda do controle ou à totalidade dos seus ativos de carvão e de ouro, e não apenas uma parte deles como previa o executivo anteriormente.
A CCX é resultado de uma cisão da MPX, a empresa de energia do grupo de Eike Batista, e detém significativas reservas de carvão já certificadas.
O projeto inicial da CCX prevê aportes em infraestrutura, com a construção de 150 km de ferrovia e um porto.
O bilionário também anunciou, em meados de 2012, que planejava vender participação de 49 por cento na empresa de ouro, e avaliou o negócio em 2 bilhões de dólares. Criada em 2010, a AUX detém direitos minerários na região de California-Vetas e La Bodega, na Colômbia.
Em setembro do ano passado, fontes ligadas a bancos disseram à Reuters que a Qatar Holding, braço de investimento do fundo soberano do Catar, estava em negociações avançadas para comprar, por cerca de 2 bilhões de dólares, 49 por cento da AUX. MMX
O BTG também negocia ativos de Eike na MMX, cujo projeto de expansão ficou caro para ser executado pelo empresário, que enfrenta dificuldades de financiamento devido ao elevado nível de endividamento.
Para o comprador, uma aquisição da MMX poderá ser um bom negócio devido ao grande potencial de produção e a um financiamento quase certo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), acrescentou a fonte, que falou sob condição de anonimato.
As ações da MMX também aceleraram a alta e fecharam a terça-feira com ganho de quase 18 por cento, na máxima do pregão.
O pedido de empréstimo ao BNDES, da ordem de 3 bilhões de reais, está em análise no banco de fomento, segundo outra fonte com a par do assunto. A MMX já conseguiu empréstimo da instituição para financiar o Porto do Sudeste.
O ativo mais valioso é o porto, mas Eike está buscando incluir a mina na venda, segundo a fonte. Não faz sentido, explicou a fonte, vender o porto sem a mina, pois a MMX não teria como escoar o minério de ferro produzido.
Uma condição ao crédito do BNDES para financiar o projeto Serra Azul, orçado em 4,8 bilhões de reais, é o licenciamento completo do projeto.
O processo de licenciamento da barragem de rejeitos está paralisado por um acordo com o Ministério Público, que analisa o projeto a pedido de municípios que serão impactados com a barragem.
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