Embaixadores reagem com cautela ao churrascão de Temer
A ofensiva de Michel Temer para tentar evitar um desastre na imagem que a carne brasileira tem no mercado internacional incluiu uma maratona de reuniões de emergência no Palácio do Planalto, o anúncio de uma auditoria e até uma "excursão" a uma churrascaria, juntamente com representantes de países consumidores; mesmo diante da movimentação intensa do governo brasileiro, embaixadores têm reagido com cautela e cobram esclarecimentos sobre a operação Carne Fraca
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247 - Michel Temer iniciou na tarde deste domingo uma ofensiva para tentar preservar a imagem da carne brasileira no mercado internacional. Ele participou de uma maratona de reuniões de emergência no Palácio do Planalto, anunciou que vai acelerar auditoria no setor e, por fim, convidou representantes de embaixadores e representes de países consumidores a irem a uma churrascaria em Brasília, como prova da qualidade do produto nacional. A “excursão” foi feita no início da noite, pouco depois dele afirmar que as plantas exportadoras estavam abertas para inspeção de países compradores.
As informações são de reportagem de Tânia Monteiro no Estado de S.Paulo.
"A movimentação do governo brasileiro para tentar frear os estragos das denúncias de fraude na fiscalização que resultaram na venda de produtos vencidos e adição substâncias para mascarar o sabor e odor de carnes estragadas foi acelerada diante dos pedidos de esclarecimentos sobre as denúncias enviados sábado pela União Europeia e pela China. O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, afirmou que respostas seriam encaminhadas ainda no domingo.
A estratégia montada pelo Planalto, no entanto, foi recebida com cautela pelos ouvintes. Os embaixadores da União Europeia, João Gomes Cravinho, e da China, Li Jinzhang, deixaram claro ao sair da reunião que as explicações não foram suficientes. Ambos disseram que ainda aguardam uma “explicação técnica” oficial “detalhada” do governo. Cravinho não descartou a possibilidade da suspensão da compra de carne.
O embaixador da União Europeia afirmou que dados precisos são essenciais para que o bloco possa tomar qualquer decisão. 'Ainda não temos informações técnicas que nos permitam avaliar se os problemas foram pontuais (como diz o Brasil), já que não se sabe exatamente que unidades sofreram alterações indevidas e para que países esses produtos foram exportados.'
Outros embaixadores ouvidos pelo Estado, ao término da reunião, adotaram o mesmo tom. O embaixador chinês, deixou claro também que as informações passadas ontem não bastaram e que o país espera 'mais explicações'. 'A segurança dos alimentos é muito importante para a segurança e a vida do povo.'"
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