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Economia

Embraer diz que Boeing rescindiu acordo de compra indevidamente

"A empresa acredita que a Boeing adotou um padrão sistemático de atraso e violações repetidas ao MTA (Acordo Global da Operação), devido à falta de vontade em concluir a transação", afirmou a Embraer, após a multinacional americana desistir de comprar a área de aviação comercial da empresa brasileira

A Boeing cancelou uma compra de US$ 4,2 bilhões da empresa brasileira (Foto: Reuters)
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247 - A Embraer emitiu uma nota afirmando que a Boeing "rescindiu indevidamente" o Acordo Global da Operação (MTA) e "fabricou falsas alegações como pretexto para tentar evitar seus compromissos de fechar a transação e pagar à Embraer o preço de compra de U$ 4,2 bilhões". 

"A empresa acredita que a Boeing adotou um padrão sistemático de atraso e violações repetidas ao MTA, devido à falta de vontade em concluir a transação, sua condição financeira, ao 737 MAX e outros problemas comerciais e de reputação", diz o texto.

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A Embraer afirmou estar "em total conformidade com suas obrigações previstas no MTA e que cumpriu todas as condições necessárias previstas até 24 de abril de 2020". "A empresa buscará todas as medidas cabíveis contra a Boeing pelos danos sofridos como resultado do cancelamento indevido e da violação do MTA", acrescentou.

Leia abaixo a reportagem da Reuter soobre a decisão da Boeing:

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SÃO PAULO/PARIS (Reuters) - A Boeing cancelou o acordo de compra do controle da divisão de jatos comerciais da Embraer por 4,2 bilhões de dólares, o que deverá acionar uma batalha legal entre as empresas.

“Há vários meses temos mantido negociações produtivas a respeito de condições do contrato que não foram atendidas, mas em última instância, essas negociações não foram bem-sucedidas”, disse Marc Allen, presidente da Boeing para a parceria com a Embraer, em comunicado à imprensa. “O objetivo de todos nós era resolver as pendências até a data de rescisão inicial, o que não aconteceu”, acrescentou.

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A Embraer não comentou o assunto.

O fracasso nas discussões interrompe esforços da Boeing para ampliar sua atuação no mercado de aviação regional depois que a rival Airbus comprou as operações da rival da Embraer, Bombardier, no segmento.

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Em julho de 2018, a Boeing acertou um acordo inicial para comprar 80% da área de aviação comercial da Embraer para fazer frente à Airbus no mercado de aviões para até 150 passageiros e acessar uma nova base de engenharia e manufatura de baixo custo.

A perspectiva de rompimento dos grupos foi reportada pela Reuters na sexta-feira, último dia para que as empresas chegassem a um acordo definitivo. [nL2N2CC1C6]

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No sábado, pouco antes da Boeing confirmar o cancelamento do acordo, fontes afirmaram à Reuters que a companhia norte-americana havia comunicado à Embraer sua recusa em ampliar o prazo de negociações.

Fontes próximas do assunto afirmaram que a Boeing levantou objeções sobre financiamento e questões legais da transação, o que a Embraer considerou como uma tentativa deliberada da companhia norte-americana para forçar o fim do negócio.

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“A Boeing foi duramente atingida pela crise do coronavírus e encontrou mecanismos para quebrar o contrato”, disse uma fonte no Brasil com conhecimento direto das discussões.

Outras fontes afirmaram que a disputa girou em torno do valor que a Embraer tinha investido na unidade de aviação comercial na expectativa de um acerto final com a Boeing, bem como o progresso de cumprimento de condições técnicas e jurídicas.

Uma fonte nos Estados Unidos negou que a Boeing deliberadamente cancelou o acordo e afirmou que a Embraer sabia há mais de um ano sobre o prazo e das várias condições para implementação do negócio.

E enquanto a transação recebeu aprovação de autoridades de defesa da concorrência de vários países, inclusive do Brasil, a União Europeia definiu prazo até o final de agosto para se manifestar sobre a transação.

A diretoria da Embraer defendeu o acordo intensamente, afirmando que ele era fundamental para garantir o futuro da companhia, principalmente após a aquisição das operações de aviação regional da Bombardier pela Airbus.

“A Boeing exerceu seu direito de rescindir após a Embraer não ter atendido as condições necessárias”, afirmou a companhia norte-americana no comunicado. “É uma decepção profunda. Entretanto, chegamos a um ponto em que continuar negociando dentro do escopo do acordo não irá solucionar as questões pendentes”, acrescentou Allen.

A Embraer incorreu com uma série de custos para separar os negócios de aviação comercial para que a Boeing pudesse exercer o controle sobre ela. No início deste ano, a companhia brasileira pagou as despesas para todos os funcionários tirarem férias coletivas de duas semanas para preparar a empresa para a conclusão do negócio.

O sindicato dos metalúrgicos de São José dos Campos (SP), principal base produtiva da Embraer, citou dados do balanço da companhia brasileira de 2019 para afirmar em comunicado neste sábado que o processo de venda custou à empresa 485 milhões de reais. “Exigimos que este prejuízo seja ressarcido pela Boeing.”

“Defendemos que o governo brasileiro cumpra o seu papel em favor da nossa soberania e reestatize a Embraer para que, diante dos efeitos colaterais a serem provocados pela ruptura do acordo, agravados pelas consequências econômicas causadas pela pandemia do coronavírus, os empregos e direitos dos trabalhadores sejam preservados integralmente”, defendeu a entidade.

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