Enel diz que redução do número de funcionários após a privatização não afetou a qualidade dos serviços
Privatizada, empresa reduziu seu quadro em 36% desde 2019 e deixou milhões de pessoas sem luz em São Paulo, após fortes chuvas
247 – No último dia 3 de novembro, São Paulo foi assolada por um vendaval que deixou mais de 2 milhões de clientes da Enel Distribuição São Paulo sem energia elétrica. Esse evento levantou preocupações quanto à capacidade da empresa de lidar com emergências, especialmente considerando a redução significativa do quadro de funcionários desde a compra da antiga Eletropaulo em 2018 pela empresa italiana, assumindo a distribuição de energia em São Paulo.
Em entrevista ao jornal Valor, o diretor de operações da Enel São Paulo, Vincenzo Ruotolo, assegurou que a diminuição do número de funcionários não afetou a qualidade dos serviços prestados à população. De acordo com dados da CNN, a empresa reduziu seu quadro de funcionários em 36% desde 2019, o que gerou dúvidas quanto à sua capacidade de resposta a incidentes como o recente apagão.
Ruotolo explicou que a estratégia da Enel São Paulo envolveu a otimização dos recursos, priorizando investimentos em digitalização e automação, como a implantação de medidores inteligentes (Smart Meters), que representam o futuro da gestão de energia. Isso permitiu à empresa direcionar recursos de maneira mais eficaz, terceirizando tarefas menos estratégicas, como a leitura de medidores.
O diretor ressaltou que a resiliência da rede de distribuição foi reforçada graças a investimentos em tecnologias de telegestão e digitalização. Apesar das críticas, Ruotolo enfatizou que a capacidade operacional em campo da empresa não foi comprometida e que houve até um aumento de 3% no número de colaboradores em campo, entre funcionários próprios e terceirizados. Entretanto, três dias após o vendaval, muitas residências seguem sem energia em São Paulo.
